| Paulo Boardman |

Boardman alterna suportes como barro, ferro, lata, madeira, m�rmore, papel, papel�o e tela para mostrar t�cnicas variadas e transita com desenvoltura entre a colagem, a assemblage e a pintura, que pode ser em tinta acr�lica ou a �leo.

Segundo Paulo, os trabalhos expostos s�o frutos de momentos de pureza criativa, lembran�as, desejos e alegria. � instintivo, a poesia habita em meu ser, me guia e me satisfaz. �Talvez seja por ser mineiro, nascido em Belo Horizonte em 1948 e ter tido a sorte e a felicidade de ter respirado todo aquele ambiente de romantismo e poesia. Pode reparar que quem � das Minas Gerais, aspira e expira arte, sejam nas cores, nas notas musicais ou nos bailados intermin�veis das letras�.

Paulo freq�entou os ateli�s de Iber� Camargo, Domingos Duarte, Selma Weisman, Luiz Badia, Luiz Felipe Moreira da Fonseca, Luiz M�rcio Mello e Souza, L�cia Beatriz Vilaseca, Edson Motta Filho, al�m da oficina de gravura do Museu do Ing�, em Niter�i, com Z� Higino. � Nunca fui "seco" por exposi��es, mas as fiz, � claro, depois de perder o medo e a vergonha, foram a meu ver bem feitas e n�o pretendo ficar me mostrando toda hora, todo ano. Agora, depois desta, s� daqui a 10 anos, ou a qualquer instante, em edi��o extraordin�ria. Vai que eu invente ou reinvente a cria��o art�stica � divaga Paulo.

O artista j� exp�s no Espa�o Arte Jo�, sob o comando de Denize Ramos e Luiz Badia; Casa de Cultura Est�cio de S� na Barra da Tijuca; Galeria do S�culo XXI da Oficina de Arte Maria Teresa Vieira.

Em novembro de 2004 Paulo lan�ou no oceano, na altura da Am�rica Central, uma c�psula contendo diversos trabalhos seus: escritos, escultura, desenhos e trabalhos em acr�lica sobre tela. �Est� l� boiando, em dire��o ao Moma de Nova York, de prefer�ncia�.

Segundo ele, seus combust�veis para cria��o e produ��o art�stica s�o ousadia, aud�cia, determina��o, perseveran�a, doa��o e humildade. �Juntos, � claro, com muita felicidade, j� que na maioria das vezes n�o conhecemos a arte, mas com certeza ela nos conhece; a arte � pesquisa, � s�ria, reflete produ��o, sendo um modo de liberta��o; arte � carne, arte � sangue e s� ela salva a vida, o mundo. Costumo pensar, c� com meus bot�es, porque raz�o vou me inspirar na Virgem Maria e nos p�ssaros? Eu quero mais � que sedutores l�bios naveguem no meu desejo e que brilhantes olhos fa�am aflorar em mim uma poesia guardada e que novas boas e boas novas aconte�am, a mim, � claro�.

Paulo diz ainda que seus trabalhos passam a ser um ve�culo colorido de suas emo��es e at� poder�o indicar conduto de algum movimento evolutivo. �Quadros, objetos, letras e pensamentos acabam sendo resultado de uma est�tica cheia de verdades, que a mim v�em com inspira��o renascentista, do Barroco, e � claro, das Minas Gerais�.

O que ser� mostrado na Jos� C�ndido de Carvalho s�o trabalhos em t�cnicas diferentes que v�o do papel e papel�o � tela, todos com tinta acr�lica. �Representam um momento est�tico que particularmente gosto muito. � prazeroso trabalhar com t�cnicas variadas; mista, acr�lica, �leo, papel, ferro, madeira, barro, m�rmore, lata. Reciclados para se tornarem est�ticos e com status de obra de arte. � uma bela de uma mistura; mix, colagem, assemblage, pintura e montagem. Muita cor e emo��o, muita satisfa��o e alegria�. � Ent�o que estilo � este? Ser� um expressionismo p�s-moderno com tend�ncias de vanguarda futurista, amparada na arte povera, com inspira��o renascentista, que aflora ao som dos Beatles, fazendo aparecerem telas, objetos, esculturas e pensamentos, em uma est�tica cheia de resultados? Ou uma obra aberta entrando na hipermodernidade? Sei n�o, o tempo dir�, a mim � determinado criar e fazer � finaliza.

Rio de Janeiro 2004






























































Fotos: divulga��o


Conhe�a tamb�m a arte de Domingos Duarte aqui e de Luiz Felipe Moreira da Fonseca aqui

Conhecedor da trajet�ria da humanidade, Boardman sabe ser toda arte express�o de seu pr�prio tempo - uma narrativa, portanto, expl�cita ou impl�cita, linear ou subliminar, sincopada e seletiva em todo caso, da cultura e de tudo quanto em seu drama contido est� e torna feliz ou inquieta e angustia a humana prociss�o pelo Kosmos.

Fundamentado nisso, Boardman n�o sente constrangimento algum, nem faz segredo, em reverenciar e homenagear a sucess�o - cronologia do que de tijolo em tijolo tem se constru�do. Mas dotado de esp�rito cr�tico e, mais, c�ustico, considera que, tendo tido seu tempo e sua oportunidade, para n�o decair na tautologia e no d�j� vu, na pantanosa estagna��o, h� que se olhar para a contemporaneidade e para adiante, at� onde a vista alcan�a. E mais - em tour de force vision�ria, al�m, at� onde a alada imagina��o nos possa conduzir.

Desse modo, munido dessa vis�o vanguardista e movido por intensas paix�es (arte � carne e sangue, professa) e ousadia, Boardman vem se devotando � pesquisa e � experimenta��o de t�cnicas e materiais at� recentemente considerados n�o e, at�, anti-art�sticos. Nenhum abalo. Avesso a ret�ricas e dogmas, transcendendo os limites e dispensando os tr�mites tradicionais, ele se sente credenciado para se servir, em sua arte, de ferro, madeira, barro, m�rmore, lata, inclusive, variado material de descarte, a tudo conferindo sin�rgica organicidade e assim elevando a legitimado status kalit�cnico. Admir�veis, as asc�ticas configura��es de suas cria��es artep�veras e as sofisticadas e imaginativas constru��es Merzbauten. O que em todo caso vem ao caso � que tudo, em Boardman, � express�o visceral e tudo, consoante, gera em n�s est�tica impress�o.

Habitado, melhor, possu�do por avassaladora poesia, o artista dela faz sua guia e diretriz, ferramenta de liberta��o. Coerente, mas tamb�m extravagante e heterodoxo, Boardman at� j� engarrafou e atirou ao Oceano, no mexicano golfo, escritos, desenhos, pinturas, esculturas e mais - est�o boiando em dire��o ao MoMA, em Nova Iorque, brinca, como soa ocorrer com a boa arte, chamada a nos socorrer nos incertos instantes em que suspensos no encontramos entre o ser e o nada, com toda seriedade.

©Alexandros Papadopoulos Evremidis > escritor cr�tico > Email

Rio de Janeiro 2008


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