| Vânia Pena |

Somente depois de estar trabalhando como professora primária, do Município do Rio de Janeiro é que teve condições de ingressar na faculdade, e ainda mais longo foi o caminho para se dedicar a exclusivamente a profissão de artista plástica.
Dedicou durante muitos anos ao ensino das Artes Plásticas, em todos os níveis, por fim trabalhou na Secretaria Municipal de Educação, onde dava palestras, workshops e pequenos cursos. Elaborou o currículo básico da MultiEducação, que posteriormente veio servir de base para os Parâmetros Curriculares Nacionais escreveu livros metodológicos, criou e produziu filmes educativos de artes através da MultiRio, que foram vinculados à TV Bandeirantes e a TV Cultura, colaborando para atualização de professores. Foi poeta, trabalhou com designe visual de propaganda e por fim em 2000, se aposentou das matrículas municipais e se demitiu do colégio particular, para então se dedicar somente a essa outra profissão.
Retornou à Escola de Belas Artes, onde foi ouvinte de gravura durante o ano de 1989, com Marcos Vilela, esteve na Escola de Artes Visuais do Parque Lage de 2000 a 2001, onde participou de cursos: Pintura com João Magalhães, Arte e Crítica com Fernando Cocchiarelle e Anna Bella Geiger e Estruturas Audiovisuais com Paula Gaitan e participou de workshops de desenho e pintura com as Artistas Plásticas: Maria do Carmo Secco, Marília Kranz, Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Vik Muniz e Ernesto Neto.
A busca incessante por novos caminhos fez com que em meados de 2002, ao ter que tirar fotos de uma serraria no Espírito Santo, com o intuito de fazer um banner para uma feira de construção civil, a “Construir”, tivesse um olhar mais atento para os blocos que ficam empilhados aguardando o beneficiamento. A lama saída da serragem completou a idéia de reconstrução, que já era uma tônica em seus trabalhos iniciais, mas o tema e a roupagem eram inéditos.
Todo processo passou a ser fotografado, registros importantes, pois o cenário é constantemente modificado. Das fotos surgem as formas, as sombras e o colorido que depois são transpassados para o suporte, e o grande diferencial é a tinta fabricada com o rejeito industrial, material este que polui, reaproveitado para o surgimento dos blocos que já foram transformados pela indústria.
O gosto pela fotografia, reporta ao trabalho de seu pai, e com viagens ao Espírito Santo, Bahia, Ceará e Minas Gerais para visitar outras serrarias e pedreiras, de onde são extraídos e “beneficiados” mármores e granitos, surge essa modalidade, não entrando somente em seu processo de trabalho, não abandonando o desenho e a pintura, mas se tornando por si só uma obra. Também a idéia de reconstrução permanece, e com máquina analógica sobrepõem os blocos aos restos industriais, como se quisesse que eles fossem colados para refazer as formas iniciais. Tudo isso com um mistério que termina na revelação. Essa escolha foi proposital, tirando a artificialidade do computador, e deixando que o tempo, a posição da máquina e o objeto fotografado sejam inéditos, impossíveis de cópias e bastante intuitivos.
A versatilidade é uma necessidade criadora e objetos, esculturas e interferências são acrescidas a outras formas que instigam as possibilidades de criação, mostrando uma inquietude e uma busca eterna desse fazer artístico.

Rio de Janeiro 2012


Para adquirir obras de arte, basta enviar Email - será encaminhado ao próprio artista ou ao seu galerista/marchand.

Artista, Escritor e +: ASSINE o RIOART e mostre suas criações aos qualificados leitores do Jornal e da Newsletter/InformArt enviada p/ jornalistas, galeristas, marchands, colecionadores, arquitetos, decoradores, críticos, editores, livreiros, leitores, produtores culturais, aficionados e afins: Email + 21 2275-8563 + 9208-6225


©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
Retornar ao Portal