| "Meu coração, minhas algemas já" by Thaís Fraga |
Depois de lançar a sua voz, entoada pelas canções no ritmo do Jazz, samba-jazz e da Bossa Nova - no rol das principais intérpretes deste gênero musical -, a brasileira, Thaís Fraga, entoa uma canção própria, a da palavra escrita, mas na forma de poesia.
Trata-se de uma coletânea delicada de poesias, escritas ao longo dos últimos 30 anos. Agora reunidas, ganham uma nova forma de expressão para a poesia brasileira e de forma singular, como citado na referência à obra pelo Professor Muniz Sodré: “Enluarada e plena de sentido afetivo, Thaís faz uma pausa na fala cantada em favor do texto imagético. Daí surge, como ela mesma diz num dos seus versos, ‘o aveludado limo que envolve toda pedra’.” Diz o mestre. Para o editor, Ari Roitman, o título do livro diz tudo. “Trata-se aqui de uma poesia – calcada nos afetos, e sobretudo no afeto-mor, o amor – que escancara o coração e arromba as algemas do sentimento, sem falsos pudores nem outros poderes de dissimulação”- prenuncia Roitman.
Entretanto, sua maior fonte de inspiração vem da música mesmo. Carioca e formada em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ),Thaís Fraga teve contato com a música desde a infância, em reuniões musicais promovidas por familiares e presença de grandes instrumentistas, como os músicos, Dino 7 Cordas, César Faria, Joel Nascimento, Déo Rian, Rafael Rabelo, entre tantos outros, criando assim sua principal referência estética. E é na música que Thaís se espelha e se esmera ao deter a força da palavra escrita, sua magnitude e alcance, o que também considera uma herança do pai e do avô paterno, advogados, que segundo ela, tinham o ‘dom da escrita’.
- A minha maior motivação como intérprete está calcada na construção das frases e suas inflexões. A poesia humaniza as relações, permite a expressão de forma mais transparente e suscita o caminho da liberdade experimentada na própria criação. Já a cantora Fátima Guedes deixa o seguinte depoimento na quarta capa do livro: “Há muito tempo não sinto tamanha força num discurso feminino. Fluência, doçura (nenhuma arrogância em procurar palavras), respeito pelo milagre da vida… Poderíamos situar _Thaís Fraga, confortavelmente, entre Adélia Prado e Cora Coralina. Este livro, Meu coração, minhas algemas, é uma surpresa grata e rara. Tornei-me uma fã da poesia dela. Uma poesia necessária à reflexão e, ainda, objetiva, clara, bela, simples, sonora, cantábile”, relata a cantora, a quem Thaís dedica um poema de lançamento, intitulado: Fátima Guedes.
Thaís descreve sua obra como incentivadora da auto-expressão, sem rasuras nos sentimentos, mas nem por isso deixa de apresentar um texto cuidadosamente elaborado e cuja escrita remonta poesias dos mais ilustres poetas brasileiros. Ela tem razão. Ao ler cada uma das poesias, as imagens remetem não só à inflexão, mas também ao desejo de ser poeta que está em cada um de nós, o que permite libertar as amarras, ou as ‘algemas’, de cada um dos nossos amores vividos, ou não. O poema que dá nome ao livro é o Finados. Entretanto, ali mesmo, ele alforria a autora para navegar nas águas mais profundas do amor, do prazer e do gozo. As ilustrações são da artista portuguesa Yamonine.

Rio de Janeiro 2012


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