| Takahi Fukushima |

Não há Sombra sem a Luz
O vislumbre de uma obra de arte, muitas vezes, se dá mediante um flash de visão. O que é chamado de "inspiração" é apenas cinco por cento de um trabalho - como teria dito Picasso. O resto é trabalho, transpiração e o difícil: transformar essa visão em objeto.
Há muitos anos, li El elogio de la sombra, de Junichiro Tanizaki, em edição espanhola e, desde então, fiquei interessado por algumas passagens desse ensaio que trata da luz e da sombra, referenciando-a, principalmente, na arquitetura residencial e na arte japonesa.
Desde o início do século XX, a iluminação e a luz elétrica provocaram mudanças radicais no cotidiano da vida no Japão. O ensaio de Tanizaki, de 1933, é uma reflexão sobre as transformações ocorridas na cultura local. Ele reflete sobre o excesso de iluminação e diz que os japoneses crêem na beleza advinda das sombras. Nas suas palavras:
"Nosso pensamento, de fato, procede analogamente: creio que o belo não é uma substância em si, senão somente um desenho de sombras, um jogo de claros e escuros produzido por uma justaposição de diferentes substâncias. Assim como uma pedra fosforescente, colocada na escuridão, emite uma irradiação e, exposta à plena luz perde toda sua fascinação de uma gema preciosa, da mesma maneira a beleza perde sua existência se lhe suprimem os efeitos da sombra. [...] Mas, na realidade, esquecemos o que nos resulta invisível. Consideramos que aquilo que não se vê, inexiste. Quem insiste em ver a feiura, só conseguirá destruir a beleza, como ocorreria se se focasse um nicho de um salão de chá com uma lâmpada de cem velas".
As obras que apresento têm a inspiração no olhar de Tanizaki sobre a estética oriental, que, de alguma forma, me identifico, mas, inevitavelmente, se justapõe com o meu estar no mundo ocidental.
Takashi Fukushima / Julho de 2012


Rio de Janeiro 2012


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