| Rogerio Albino |
A arte do piauiense Rogério Albino é “rouge”, de uma cor que parece ter inspiração na atmosfera francesa de cafés e cabarés, mas que, também, colore paisagens e personagens de traços tipicamente brasileiros, que respiram histórias universais de amor eterno e ao mesmo tempo de paixão fulgaz; de mulheres que aguardam o amado, de romances que envolvem solidão, sedução, flerte e saudades de quem não se tem a certeza que chegará. Sentimentos que se confundem com sonhos alados. As formas de figuras ou casais, magistralmente distorcidas por Albino nas cenas retratadas em clima de romantismo e melancolia, são quase que uma representação emocional do mundo, e têm certa influência no estilo pós-expressionista e no surrealismo. Mas, emerge com uma particularidade nordestina em traços e texturas marcantes e únicos que Albino desenvolveu, independentemente de escolas ou movimentos de arte.
Assim como Toulouse-Lautrec, Rogério Albino que também é pintor e artista gráfico, iniciou profissionalmente na publicidade. Mas, foi além no seu ofício, ao fazer arte com lápis, tinta, pincel ou argila. No entanto, nas artes plásticas nos impressiona a criação de telas impregnadas de sedução e desejo com uma estética quase onírica, por vezes circense, sobre personagens que se preparam para a aventura de amar: tocam violino, vestem-se de toureiro, dançam embalados pela paixão, flutuam em passeios românticos, segredam amores inconfessáveis ou esperam melancolicamente o amante que, talvez, nunca tenham conhecido.
A forma da pintura, o tratamento das cores, das sombras ou a linha adotada por Albino revelam um universo enigmático e surreal que traduz, por meio de pinceladas próprias e técnica apurada, a expressão maior de amor a arte.
Dina Magalhães

©Alexandros Papadopoulos Evremidis > escritor crítico > Email

Rio de Janeiro 2011


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