| Raul Mourão |

A expo “Chão, parede e gente” exibe esculturas inéditas do artista plástico carioca, sendo pela primeira vez no Rio quatro esculturas cinéticas em aço da recente série “Balanço”.
Raul Mourão observa que esta série não veio, como é prática sua, alicerçada em uma forte conceituação. Ela é fruto de um encontro com os acrobatas da companhia carioca Intrépida Trupe, que, em meados de 2009, preparava o espetáculo "Projeto: coleções", que incluía obras de quatro artistas plásticos, dentre elas suas esculturas da série “Grades”. Ao assistir aos ensaios, em que os acrobatas interagiam com as esculturas, percebeu um encaixe que trazia um dado novo à rigidez daquelas barras de ferro: o movimento. “Voltei ao ateliê e iniciei uma série de peças explorando essa possibilidade”, conta o artista. "A série que chamo de ‘Balanço’ é uma novidade arrebatadora para mim. De uma hora para outra as peças começaram a indicar novos caminhos e ditar um ritmo mais intenso de produção. Trabalhar com o movimento, o equilíbrio, a inércia, o peso, trouxe uma dimensão lúdica ao ateliê que se reflete na relação que o público tem estabelecido com essas obras, como se o movimento presente nas esculturas sequestrasse o espectador para um local privilegiado de contemplação".
As obras da série “Balanço” provocam uma resposta imediata: o espectador é convidado a mexer nas formas geométricas, estruturadas umas sobre as outras em equilíbrio. A escultura, aparentemente estática, passa então a ter suaves movimentos. Frederico Coelho, pesquisador, ensaísta e assistente de curadoria do MAM Rio, escreveu no texto sobre a exposição ser “impossível não ceder à tentação de acionar o vai e vem preguiçoso e gracioso desses objetos. Testar o peso que é leve e dar movimento ao inanimado. O aço se recobre de sensualidade e sua inesperada leveza transforma-se em uma ginga, um ir e vir acolhedor e descontraído”. Ele diz ainda que “cada vez que você tocar nessas obras esteja pronto para rasurar o desenho do espaço que você encontrou e para ser coautor nessa cartografia de desejos cinéticos. Nessa inesperada festa das formas, esvazie a mente no ritmo plácido do tempo enquanto as esculturas de Raul dançam para você. Ou melhor, dançam com você”.
Cada obra, quando acionada, tem um tempo específico de movimento, que foi incorporado como o título do trabalho: 26' 51" + 11' 36", e 51' 42", por exemplo.
O artista no momento prepara um vídeo e duas esculturas para a quinta edição da exposição coletiva Paralela, mostra com curadoria de Paulo Reis a ser realizada em São Paulo à época da Bienal.
Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro em 1967 e estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Sua obra abrange a produção de desenhos, esculturas, vídeos, fotografias, textos, instalações e performances. Suas peças, construídas com diversos materiais desenvolvem um vocabulário plástico com elementos da visualidade urbana deslocados de seu contexto usual.

Rio de Janeiro 2010


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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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