| Rafael Carneiro |

Rafael Carneiro apresenta uma série de pinturas em grandes formatos, em que quase sempre o centro da imagem está vazio, os objetos ocupam as margens assim como as poucas cores dissonantes da paleta cinzenta. As imagens que dão origem às pinturas são frames de vídeo de câmeras de circuito interno de laboratórios e depósitos. Foram escolhidas principalmente por suas ausências. Nenhuma cena está se passando, nenhum movimento, não há figuras humanas, não se compreende qual é a utilidade da sala, pra que servem grande parte dos objetos ou mesmo o que são. Contribui decisivamente pra essas características o ponto de vista aéreo das imagens, que retira do espectador a possibilidade de ocupar algum lugar naquele espaço que não o de um observador externo, beneficiado por algum artifício (uma câmera, uma escada...). Seu ponto de vista não é de quem espia ou contempla, é a visão da instituição, a visão do controle e do índice. As dimensões dos objetos e do espaço permanecem ambíguas, podem ser enormes ou miniaturas. Os espaços representados às vezes estão organizados com marcações que indicam os lugares que devem ocupar os objetos, evidenciando assim o caráter de representação do próprio lugar arquitetônico vazio, a espera da ação. O que representam os quadros é esse vazio ocupado nas margens pelos possíveis instrumentos que permanecem sem função clara, paralisados num nível anterior a uma significação completa.

Rio de Janeiro - 2008


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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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