Odette Chaves
Cores vivas e traços firmes. Os pássaros e a vegetação ao pano de fundo. Essas são as características determinantes desta série de pinturas de Odette Chaves, na exposição “Jóias da Floresta” em exibição na Arte Infinita Galeria de Arte. Com texto crítico de Katia Canton e curadoria de Viviane Teperman, Odette Chaves mostra 54 pinturas em que se utiliza de pincel, tela e tinta acrílica, para dar formas fiéis e delicadas aos pássaros e a selva.
Sob um olhar instintivo, a artista se inspira em aves como Saíra-Ferrugem, Tiê-Sangue, Tucano-Açu, Arara-Vermelha, Cigana, Quete, Sanhaço e diversas outras espécies de pássaros, desenvolvendo suas obras a partir de fotografias e ilustrações de livros, no entanto, pinta essas aves posicionando-as conforme sua imaginação, revelando-se uma artista com sensibilidade ao volume e proporção. Além disso, em meio às diversas discussões que envolvem o meio ambiente, a exposição de Odette Chaves faz uma denuncia velada e busca, através da arte, um meio de conscientizar e se contrapor ao desequilíbrio ambiental ocasionado pelo homem. “O que eu venho dizer é que todo esse desmatamento, o descaso com a natureza, está acabando com a beleza de nossa fauna e flora”, declara a artista.
Ainda que o talento artístico tenha florescido quando criança, Odette Chaves, até então, nunca havia enxergado motivo para expor suas pinturas. “Nunca me veio à mente pintar para expor. Dou cores às telas pelo simples fato de amar o que faço. Além disso, eu sempre achei que para eu mostrar meu trabalho a alguém eu precisaria estar muito contente com ele. E isso está acontecendo agora, nessa exposição”, conclui.
A artista iniciou o contato com a arte ainda criança por incentivo de seus pais e de um padre, seu professor. Ainda sem muita intimidade, começou desenhando ladrilhos hidráulicos, passou a reproduzir paisagens até chegar aos animais. “Eu não fazia ideia de como começar o desenho. O padre Johann Walfried foi me incentivando e eu fui tomando gosto. A partir daí não parei mais”, revela a professora de ensino básico, que após alfabetizar muitas crianças, encontrou nas artes plásticas um meio de reflexão e de serenidade da alma.
Hoje, aos 80 anos idade, Odette Chaves resolve mostrar a todos o resultado de uma cumplicidade de 70 anos entre ela e as artes plásticas.
“Não faço arte por distração, nunca fiz. Minha relação com ela (a arte) se dá simplesmente por paixão, por prazer...”. (Odette Chaves)
Rio 2011