| Maria Nepomuceno |
MARIA NEPOMUCENO – PULSO
Marcio Doctors sempre quis que o jardim, projetado por Burle Marx, fosse ocupado, e conta que ao pensar em Maria Nepomuceno viu essa chance. “Sempre achei que faltava natureza em torno de seu trabalho, e também faltava um artista que fizesse uma intervenção no jardim da Fundação”. A artista resolveu aceitar o desafio e criou uma obra para o lago, e propôs também ocupar a Sala Renascença, transformando o salão principal da casa em uma imagem que pulsa em azul. A intervenção é composta de grama artificial azul que recobrirá todo o piso, e formas feitas por contas e cordas sintéticas costuradas, na mesma cor, que se entrelaçarão aos móveis e objetos do acervo. “Nunca havia visto trabalhos dela nessa dimensão. É uma grande visão”, pontua o curador. Ele diz ter gostado muito de saber que, no encontro da artista com os índios Kashinawas – tribo situada no Rio Jordão, no Acre, visitada por Maria Nepomuceno, em março desse ano, por conta do edital de artes visuais da Funarte – eles perguntaram a ela sobre a origem de seu trabalho. “Perguntaram quando ela teria tido a visão dele. Achei perfeito. Foi isso o que ocorreu quando ela viu a Sala Renascença. Ela teve uma espécie de visão; como se tivesse vislumbrado alguma coisa. O princípio do seu trabalho é a espiral, que, como indica Louise Bourgeois, é a única figura geométrica, que pode ao mesmo tempo conter e expandir-se infinitamente. O que a intervenção “Pulso” (título dado pela artista ao seu trabalho) propõe é ocupar a casa, começando no jardim e entrando na Sala Renascença em um movimento de expansão como uma galáxia expiralada”.
Nascida no Rio, em 1976, Maria Nepomuceno já realizou treze exposições individuais, das quais oito internacionais, desde sua primeira mostra solo na galeria A gentil Carioca, em 2006. Depois da exposição na Fundação Eva Klabin, Maria Nepomuceno se dedicará a sua nona individual fora do Brasil, e a primeira em uma instituição inglesa, a Turner Contemporary. Lá ela fará uma grande instalação chamada "Tempo para respirar", e pretende criar uma ponte entre a tribo dos Kashinawas e a população de Margate, na Inglaterra, onde está a Turner Contemporary. A instituição lançará, no final do ano, um livro sobre o trabalho da artista. Em setembro, ela participará de uma coletiva no Grand Palais, em Paris, composta por 16 artistas mulheres, entre elas Shirin Neshat, Rosemarie Trockel e Valerie Belin.
Ela esteve, em março desse ano, na tribo dos índios Kashinawas, no Rio Jordão, no Acre, para onde foi ao ser contemplada pelo edital de artes visuais da Funarte. Admiradora da cultura indígena, uma das referências do trabalho de escultura que faz hoje, ela realizou lá um hapening junto aos Kashinawas, com a bola “AMOR”, trabalho que integra a série de proposições artísticas que desenvolve com a cineasta Louise Botkay, e que já havia feito na praia do Leme em 2003, e no bloco Cordão do Bola Preta em 2006.
Começou a estudar arte aos 14 anos em cursos livres de desenho, pintura, escultura e teoria na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e tem como curso superior Desenho Industrial. Há alguns anos, dedica-se principalmente à escultura. Suas obras estabelecem uma relação entre o corpo e a natureza do micro ao macrocosmos, e trançam as memórias de suas próprias origens e experiências, promovendo o encontro entre presente passado e futuro.
Em 2010 as obras da Maria foram expostas nas individuais: "Always in a spiral", no Museu Magasin 3, em Estocolmo; "New Work", Galeria Victoria Miro, Londres; na Art Basel Fair (Statements), Basel, Suíça. Também nas mostras coletivas “Touched” Galeria Lehmann Maupin, Nova York ; “A Gentil Carioca” IFA institut, Berlim, e IFA Institut, Stutgart, Alemanha; Frieze Art Fair, em Londres, entre outras. Outras individuais foram “Respiro”, na Galeria A Gentil Carioca, Rio (2006); Temporada de Projetos do Paço das Artes, São Paulo (2008); “Afectoflux”, Galeria Greve Karsten, Paris (2008); Volta Art Fair, Nova York (2009); Galeria Karsten Greve, Colônia, Alemanha (2009); “Esfera Dalva”, Galeria A Gentil Carioca, Rio (2009).
Entre as coletivas de maior destaque estão “A Gentil Carioca”, Daniel Reich, Nova York, EUA (2006); Salão da Bahia, Museu de arte Moderna Salvador – Prêmio Aquisição (2006); Galeria Studio Guenzani, curadoria de Rodrigo Moura, Milão (2007); “Conecting Thread”, Galeria Karsten Greve, Paris (2008); “Blooming” Florescendo Brasil, Toyota Museum of Contemporary art, Nagoya, Japão (2008); Salão do Paraná, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Paraná (2008).

Rio de Janeiro 2012


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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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