| Leo Battistelli |

A obra de Leo Battistelli é arrebatadora, um constante desafio, um fluir sobre o efêmero, capaz de petrificar o que passa. Suas peças partem da beleza em estado incandescente. Para o artista a beleza não é harmonia visual nem formal, mas sim uma forma de energia, uma intensidade tão sutil como poderosa, que transforma as coisas, as relações e as situações. “A vida não tem sentido, por isso existe a arte”, escreveu, inspirado no trabalho de Battistelli, o jornalista Daniel Molina na “Revista Arte al Día International” de Buenos Aires (2011/2012).
Battisteli foi um dos expoentes da 21ª edição da Arte BA, tradicional feira de arte de Buenos Aires. Representado pela Galería GC Estudio de Arte, “só não vendeu mais porque os trabalhos acabaram”, declara um representante da feira argentina. No Brasil o artista já fez individuais no escritório de arte Encontro, no Jardim Botânico e no Consulado da Argentina.
A exposição Leo Battistelli apresenta um conjunto de cerâmicas e porcelanas produzidas com diversas técnicas, brasileiras e europeias, nas quais o artista aprofunda o diálogo com a religiosidade afro-brasileira, fala de um mundo espiritual que convive com o nosso mundo material, um universo que se exibe sem pudores, mas que ao mesmo tempo tem ainda algo mais a nos dizer. Para Daniel Molina a obra do artista também pode ser compreendia a partir de outras tradições espirituais, como o I Ching e o Tarot, que, mais que religiões, são experiências vitais que surgem do espiritual. São formas de leitura dos sinais obscuros que nos dá a experiência material. As obras de Battistelli tem um poderoso componente espiritual, mas não são religiosas, são fortes, coloridas, as cores dos Orixás, a exuberância tonal do Candomblé.
Em 2011 a mostra “Dádiva” montada na GC Estudio de Arte, em Buenos Aires, já dava pistas das belas obras mostradas aqui, agora realizadas na Cerâmica Luiz Salvador, em Itaipava, no Rio de Janeiro. Nas palavras de Daniel Molina: “sua aposta na cerâmica implica em um processo e um risco. O processo é alquímico: é a mistura de água e terra e com essa argila moldar um objeto, que surge da massa disforme. Sua obra penetra com mais paixão na pesquisa sobre o mundo das religiões africanas no Brasil, em especial no Candomblé. Não se trata de uma tradução estética dos credos e rituais, mas encontra nelas fonte de inspiração. Cada obra é um talismã: um objeto que afasta o mal, que nos protege dele.”
Em 2006, no MALBA – Museu de Arte de Buenos Aires, Battistelli apresentou a exposição “Guardavidas” um conjunto de cerâmicas brancas e frágeis – feitas com a técnica portuguesa de faiança – peças de enorme força simbólica, preparadas noite após noite na Porcelana Verbano, às margens do Rio Paraná, na província de Santa Fé.

Rio de Janeiro 2012


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