Leda Catunda : pinturas-objetos

Conjunto de 14 trabalhos, todos inéditos, realizados com tecidos e imagens criando formas entrelaçadas e sobrepostas através das quais a artista reestrutura a superfície das pinturas em busca de uma poética da maciez.
Acostumada a trabalhar com grandes dimensões, produzindo obras expansivas, Leda Catunda define a série como “delicada”. “Amigos têm me perguntado como está a montagem da exposição para o Rio de Janeiro, e cheguei a essa palavra: está uma exposição delicada, muito diferente de todas que já fiz".
“Chamo esses trabalhos de pinturas-objetos porque eles diferem de uma pintura convencional”. Ao invés de serem telas com a superfície coberta de tinta e presas a um chassi, os trabalhos da artista são estruturados diretamente na parede. Além de tinta, os trabalhos se utilizam ainda de tecidos, como voile, algodão estampado, jeans, veludo e plástico, como os que estão nessa exposição.
Nas pinturas-objetos, o resultado final se constrói no entrelaçamento de uma ou mais partes, como em um jogo de quebra-cabeças de formas. Leda Catunda já realizou trabalhos que o entrelaçamento chegou até seis camadas de tecido. Para a exposição na Arte 21 Galeria, entretanto, ela decidiu simplificar o processo utilizando apenas de duas a três camadas. Sua idéia é a de que o espectador visualize de maneira mais clara a maneira de como esses encaixes se dão.
Cada uma dessas camadas é revestida por imagens. Algumas são retiradas de estampas de tecidos industriais que Leda encontra no comércio em geral. Outras são estampas construídas a partir de desenhos feitos com lápis de cor ou aquarela pela própria artista, que depois de escaneados e multiplicados, são impressos em tecido. Os títulos dos trabalhos estão ligados às imagens que o espectador vai encontrar impressa em sua superfície. Este é o caso, por exemplo, de Quatro Lagos, Rosas e Lagos, Lagos e Bananeiras, e Cachoeira Azul.
“Tanto as pinturas menores quanto as colagens são coisas que eu faço constantemente no ateliê e que precedem as pinturas maiores, que são mais elaboradas, mais complicadas. E nessas pinturas menores eu experimento muito os encaixes, as estampas, a questão construtiva”, aponta Leda Catunda, que também tem realizado estampas a partir de fotos de paisagens e de pessoas. “De maneira geral, os trabalhos da exposição apontam para essa questão construtiva que vai levar a uma forma final, além da configuração anti-hierárquica das imagens que se estabelece nessas obras com uma referência direta ao processo da colagem”, completa. O interesse por elementos do cotidiano, como tecidos para decoração, toalhas de mesa, cobertores, colchões e tapetes, está presente em toda obra da artista, que este ano completa 25 anos de trajetória. As fontes de inspiração estão nos comércios populares, como os da Rua 25 de Março, em São Paulo. “Meu trabalho dialoga muito com essa visualidade do cotidiano. Busco um reconhecimento por parte do espectador desse material, que possa trazer um sentido de familiaridade. Que ele encontre no trabalho o tecido do sofá da casa dele”, explica Leda, que ainda este ano apresenta uma exposição em Belo Horizonte, e em 2008 inaugura uma exposição em Lisboa e outra, retrospectiva, na Pinacoteca de São Paulo.

Rio de Janeiro 2007.


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