"Prem: Amor", de Jyothi Palackapilly

O amor indiano!

©Alexandros Papadopoulos Evremidis*

"Você não ouviu os passos
silenciosos dele?
Ele vem, vem, sempre vem.
A todo momento e em
qualquer idade,
todo dia e toda noite.
Ele vem, vem, sempre vem."
Tagore.

Por esse poema de Tagore, que Jyothi estampou no pórtico de seu livro "Prem: Amor", podemos divisar a ascendência e a fonte de inspiração, a linha mestra da poesia de Jyothi Palackapilly. Estranha, para nós, ocidentais, dominados pela primazia da razão; não para eles, orientais, que falam ao coração. E mais, ao espírito! É o que Jyothi faz cantando o amor, a amada, a noite, o Ganges, o lótus e tudo o mais que faz parte do real e do imaginário do ser humano - pleno e integral. E o faz com delicadeza, com leveza e suavidade, com sensualidade e com lúcida e esclarecida consciência. Amorosamente:

"Quando dois lábios cantam a mesma música e chegam ao silêncio, é o beijo / No lugar da saliva, a boca se enche de mel / ..."

"Prem:Amor" é o livro de estréia do poeta Jyothi Palackapilly que nasceu em Cochim, estado de Kerala, sul da Índia, no ano de 1966. Lá estudou filosofia e música. Atualmente mora no Brasil. E pelo jeito, ele adotou esta terra como pátria a ponto de se comprometer com seus problemas sociais e defendê-la de todo tipo de agressões que sofreu e sofre - da escravidão do negro ao turismo predator:

".../ O sonho americano assombra nosso sono, / Nossos homens esqueceram a pescaria e as fazendas / Para ficarem na espera dos traficantes de drogas ... / Nossas mulheres esqueceram seus afazeres e saíram de casa e caíram na vida / As crianças nascem e crescem sem pais, / ..."

".../ O tempo dos chicotes tivemos por aqui / Os suspiros dos negros vinham como chuva / ... / Um tempo em que o branco traiu o sofrimento do negro / Um tempo em que os negros tinham as línguas cortadas / E os olhos atados / ..."
O livro traz na contracapa - a título de apresentação - um texto de Alceu Valença, por si só mais um poema amoroso e encorajador para que tomemos conhecimento dos versos livres e vigorosos de Jyothi.
Já a tradução dos 19 poemas, originalmente escritos em malaio, foi tarefa de Carina Bini Fernandes.

A belíssima capa é trabalho do genial artista C. N. Karunakaran, de Kerala, conterrâneo do poeta, e que atualmente está expondo suas obras na idílica Galeria Villa Riso, enquanto, Jyothi, que além de poeta é também musico, toca sua tabla (ver programação na rubrica "Agenda").

Rio de Janeiro 2002.

©Alexandros Papadopoulos Evremidis > escritor crítico > Email


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