John Nicholson

Prêt-à-portrait
Real e ainda assim alheado da realidade ©Alle Kunst*

Artista de apreciável percurso, Nicholson transitou por avenidas, hesitou em bifurcações, refletiu nas esquinas da arte.

Lembro de instantâneos tocantes, de policromias informais, de imponências formais - viajou pelo espaço, sim, e de lá nos trouxe a grandiosa sinfonia picto-sonora. Sirvo-me da licença poética, para à revelia dele revelar - confidenciou-me recentemente estar se sentido profundamente constrangido com a dificuldade de apreensão da abstração dos que buscam sua orientação.

Artesão do fazer, como a querer praticamente transmitir o conhecimento, retomou então com a imaculada série "In Private" o grau zero (onde tudo começa) da pintura - a figuração, ainda que densa e carregada do sensual, como convém ao óleo. Mas que, para todos os efeitos, fique claro, não pretendeu voltar a ela, já que na vida como na arte voltas há, mas não voltar - espiralar, sim. O que o moveu foi um intervalo, recapitulação, se preferir, para a transliteração dos axiomas (onde anda os houvesse).

Lembro ter, na ocasião, exaltado, exultado, por ele dispor dessa ousadia e da necessária vitalidade, capaz de nos dizer do que há tempos esquecemos - da sublime relevância das pequeninas coisas do cotidiano como se minúsculas divindades (que são).

E, agora, estimulado pela compreensão e pela receptividade repercutidas, suspenso o tempo (ainda estamos no intervalo - aberto à direita), nos rende e surpreende com o diáfano de suas reais e no entanto imateriais aparições, embora ainda subliminarmente sensuais. E o que lhes confere esse etéreo caráter é o fato de serem desenhos de acrílica em técnica de aquarela sobre papel para aquarela. Gostamos das criações do Nicholson porque, de par com o mistério e o oculto, também gostamos do que é inteligível, do que é reconhecível, do que nos é familiar, íntimo! do que delicadamene nos tange com sua transparência e leveza, mas também fere, a afiada lâmina, a embolorada memória afetiva e provê de significação nossa cotidiana prosaica prosa. Eu nem penso em Hopper, por muito denso e sombrio. Neste instante, me deixo seduzir pela tropical luminosidade.

Rio de Janeiro - 2006

*Alle Kunst = crítico > RioArteCultura.Com


"In Private"

You did it again, man!...

©Alexandros Papadopoulos Evremidis*

Sim, "You did it again, man!" - foi com esse grito de guerra indisfarçável alegria, genuíno entusiasmo e declarada cumplicidade, que efusivamente saudei esse homem grande, agigantado, que cresceu sobremaneira, mas não se deixou corromper, nem nunca abriu mão do coração de menino que carrega no peito, equipado com a pureza, a inocência e a, correspondente ao físico, refinada Xmegalia artística.

De fato, movido e revigorado, certamente por algum "daemon", ele uma vez mais chegou lá. Mas... lá, onde? Onde todo artista deseja chegar - à perfeição da unanimidade, menos um (que é para evitar a burrice rodrigueana e o filosófico tudo equivaler a nada)!! Foi, pelo menos, o que todos os presentes ao vernissage, em uníssono, disseram: Maravilhoso!

Está claro, como a clara luz do dia lá fora, que não me refiro à perfeição técnica, indiscutivelmente presente e soberana em todas as telas, mas àquela perfeição da simplicidade e da ingenuidade que põe o artista na mais fina sintonia com o espectador - você, eu e quem mais, de espírito aberto ao sopro da criação, assim se dispuser. Aquela perfeição, um saudável choque de realidade! que traduz e transmite e supera e, malgrè a figura, transfigura e comunica sem mediações e subterfúgios - é do tipo que, me socorrendo da expressão popular, "bate e volta" e ressoa e nisso gera vibrações e imensos e intensos campos eletromagnéticos e irradia e põe em movimento nosso humano universo - a alma e a carne (como conceber uma sem a outra?!).

Cansados dos catastrofistas proclamando a morte da pintura em geral e da figuração, em particular, temos nesse incansável guerreiro, ativo e combativo combatente, a mais cabal prova de como ela, fênix rediviva, pode sempre e reiteradamente se renovar e nos dotar com obras ímpares em sua ousadia e coragem. Coisas que só quem, ciente e consciente dos riscos e dos perigos, das armadilhas do percurso, seguro do seu métier, pode se permitir. Não me esqueço da vez que, faz tempo, expressei minha mais viva e sincera admiração por uma tela (precursora e antecipatória!) dos começos da vocação dele - "Nu sob luz fria", dizia, - e da sutil e tímida e contida sensualidade que dela emanava e que destaquei como uma pequena obra-prima; e de como ele ficou feliz e constrangido ao mesmo tempo, como se de filha natural ou bastarda se tratasse. Ao ver agora esta série "privada", não posso me furtar de exclamar "Quanta evolução! Quanta maestria cromática! Quanto calor incendiário! Quanta enxurrada de emoção - dessas que rompem diques e arrastam quem pela frente e invadem e inundam e desconstroem. Mas que também aram, arejam, umedecem, fertilizam, semeiam e fazem germinar flores (de lótus) (no topo da cabeça)!

Em "In Private", um "ben trovato", elegante e significativo e sugetivo título, Nicholson, com passadas largas, rápidas e vigorosas e composição de inconteste organicidade, nos apresenta o sublime, consubstanciado no cotidiano de uma mulher. Uma mulher que, embora tenha rosto e feições definidas, não é nada nem ninguém, razão porque (agora sim!) é tudo e é alguém que representa todas as mulheres do mundo presente, passado, futuro. Ou, melhor, por outra, do "eterno feminino", que tanto nos fascina e transtorna e seduz - visto ser quem nos produz. Está certo que para tal prodígio, Nicholson teve que também mudar de meio - abandonar a "clean" tinta acrílica e se lambuzar com as espectrais cores puras, amalgamadas com o nobre óleo - incombatível em sua densidade e viscosidade nessa espécie de aventura plástica potencializada. Sim, leitor, é uma grande, uma fantástica aventura, da altura e da literal estatura do criador - seja ele quem for - por acaso, é John Nicholson seu nome. Eros e Thánatos - aceitamos o segundo por amor ao primeiro! Afinal, paixão é coisa do cão, que nos arrasta pelo chão - mas quem sem ela vive, vive em vão.

Rio de Janeiro – Maio - 2006

©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > RioArteCultura.Com > amante amado (assim espero) da Arte


"Os Dois HemisfériosS"

Os dípticos que eram trípticos.

©Alexandros Papadopoulos Evremidis

A galeria de Ipanema do CCCM é um espaço aberto ao mundo, já que seu lado rua é todo ele de vidro, o que nos franqueia a visão integral e, daí, privilegiada. Tanto assim que, antes de entrar, fiquei por alguns minutos na calçada oposta apreciando o panorama - tudo branco sobre branco e o intenso colorido de Nicholson se destacando e ganhando status de concreção animada. Uma festa para os olhos, a retina e para as suas terminações nervosas - a alma.

Uma vez dentro, percorri as três paredes, uma, duas, três vezes, detendo-me aqui e ali, em toda marca de tinta, sinal de vida intensiva. Estava uma vez mais re/confirmado: Nicholson era pintor consumado e como pintor pintava. E pintava alheio a toda a celeuma e a todo catastrófico vaticínio das soturnas Cassandras acerca da morte da pintura. Mesmo porque esse filme nós havíamos visto antes - a fotografia teria eliminado a pintura, o cinema teria assassinado o teatro, a televisão aniquilado os assassinos de ambos e por aí, ad nauseam.

O artista, por natureza e por definição, e no caso de Nicholson por índole e psiquismo, é um ser curioso e interessado em tudo que é humano e seu habitat. Estuda e pesquisa em profundidade os significantes e por meios e técnicas diversas nos revela suas significações mais recônditas e determinantes; mas também coisas que, por vezes, mesmo estando ao alcance de nosso olhar e de nossos outros sentidos, nós não vemos e não apreendemos.

Falo nisso, porque, tendo tido a oportunidade de observar e avaliar exposições recentes de Nicholson, era, para mim, percepção nítida a sua preocupação com o ponto, a linha, o plano e sua inserção administrativa no espaço. Lembro de ter ficado vigorosamente impactado com a sua geometria rigorosa, monumental e avassaladora, com a mais-valia de estar ela animada por um conhecimento e por uma consciência pictórica ímpares e regida por uma rítmica harmoniosa e melódica - grandes e orgânicas sinfonias em campos abertos.

Mas também lembro de me ter deixado encantar por outras pinturas suas - disciplinadas, porém, sem abrir mão do improviso informal e da liberdade proprietária do criador, a surpresa do lance suspenso no ar. Eram composições cromáticas orquestradas por generosas passadas de tinta, conspirando a escolha das cores para uma culminação muito dinâmica e energética, prenhe de tensões internas, atrações e repulsas, mas que também sugeriam múltiplos acasalamentos.

Sim, acasalamento - foi essa a palavra que me ocorreu, lá na galeria, diante dos felizes dípticos de Nicholson, compostos invariavelmente por uma tela formal e outra informal, ambas em escala pequena, mas muito apropriada para o fim proposto - intimamente justapostos e carnalmente tão próximos e encaixados que mais pareciam amantes em conluio amoroso em seu nicho de amor.

E a palavra nicho me alertou da impositiva presença das molduras que, mais brancas que a Branca de Neve e amplas e generosas, absolutamente personalizadas, mais do que emolduravam, elas aninhavam as duplas enamoradas e lhes conferiam vitalidade e expressividade ainda maior, acrescentando assim beleza à beleza existente. Se casório houvesse, elas certamente seriam madrinhas devotadas, mas sem ameaça de sufoco, já que deixam zona livre ao redor das telas como se para elas terem espaço vital para as manobras e para a respiração. Um verdadeiro achado que soube depois ter sido fruto da criativa e dedicada intervenção de autoria da Eliane, da Galeria Arte Molduras, que assim se tornou partícipe societária dos elogiosos comentários de todos quantos. E foi essa a razão por quê, de início, apelidei a mostra de trípticos.

Está claro que isso não invalida em absoluto nem o aspecto da complementar duplicidade dos divergentes e nem o do hemisférico. Tanto podem eles querer insinuar o fazer as pazes, equilibrar e equacionar os conflitos entre os antitéticos norte e sul, inteligências racional e emocional, como, num plano mais poético e sensual, evocar em nos os encantadores atributos dos sedutores hemisférios frontais e posteriores femininos.

Soube também depois que ainda havia um terceiro personagem envolvido na conspiração - Suzana Queiroga que o que tem de poderosa artista, tem também de inventiva, de estudiosa, de pesquisadora e de teórica finamente estruturada, no espaço/tempo em que se insere radicalmente. No dossiê Nicholson, além de madrinha primeira e inspiratriz, ela foi também mentora intelectual e cúmplice, uma exímia casamenteira e desatadora dos nós que, lamentavelmente, ainda e por vezes amarram e contrapõem as diferentes formas de arte, esquecendo-se de que a arte é uma só, porém amebiana e mutante.

Nicholson? Bem, no final da minha peregrinação, fui cumprimentá-lo e disse-lhe, meio constrangido, por achar que ele poderia se sentir melindrado, tudo isso que acabo de relatar a você, leitor. Mas ele, boa praça e bem-humorado, jovial e olímpico, entendeu o espírito e ainda deu boas risadas quando subitamente perguntei quando seria o casamento. Captando instantaneamente a idéia no ar, ele não titubeou - "Já está acontecendo, não vê?" - devolveu, iluminado pelo afogueado da emoção nupcial. Ué, pensei que era apenas namoro, murmurei e mais não disse. Nem era necessário. É ver para crer!

Rio de Janeiro - 2004

©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > RioArteCultura.Com


"Bacchianas: Escalas cromáticas no espaço"

"A generosidade brasileira de um americano tranqüilo!"

©Alexandros Papadopoulos Evremidis*

Conheci Nicholson superficialmente há uns dois anos, numa individual dele nos "subterrâneos" do Belas Artes. Lembro que me impressionou muito sua presença física, refletida completamente nos seus trabalhos. Eram monumentais geometrias personalizadas, que brincavam com a forma, criando espaços onde antes seriam insuspeitáveis, e coloriam com absoluta desenvoltura. De quebra, naquela ocasião, obtive uma centelha de memória afetiva sintomaticamente também chamada Nicholson, não o pai William, mas o filho Ben. Bem, a associação é inevitável, não se pode impunemente portar um sobrenome desses.

Agora, no 11 de outubro de 2003, na casa de Grandjean, no território estudantil da PUC, como ele não se lembrasse de mim, "a memória não vai bem", tive que ser re/apresentado a ele pelo veterano artista Novis, de trânsito livre e merecido por todos os quadrantes. "Tudo bem?", "Tudo bem", não há muito o que comentar, já que suas pinturas, tagarelas contumazes, falam por si e dizem tudo e mais alguma coisa. Há entretanto uma pergunta ardente que queima desde a outra vez: É filho ou neto de Ben? "Não, nada a ver, só a língua", rebate ele, avesso a qualquer espécie de comparação e parâmetro. Só a língua?! Por quê, o sobrenome não conta? - pergunto intrigado, mas ele, tangido, foge pela co-tangente.

Nicholson pode até não ter nada a ver com o "outro" na genealogia, mas na arte...! Claro, guardadas as devidas proporções do tempo e do meio. Essa monumentalidade dos planos no trato do espaço, por exemplo, essa amplidão de visão e percepção não são meras casualidades; como o não é essa complexidade de justaposições, sobreposições e súbitos embaralhamentos que produzem delicadas transparências que, por sua vez, geram inusitadas e inqietantes profundidades; uns e outros, aliados ao rigor da fatura, tão caro a ambos, não podem passar despercebidos sem mais nem menos - são marcas, biotipos, assinaturas inimitáveis e inigualáveis.

Está bem, ao contrário do finado que era inglês, este Nicholson é originário do Texas, a Itu americana, onde ele estudou artes e antropologia e onde tudo é grande, mais e maior. (Era também e, como a história não se manca, continua sendo, domínio vasto dos caubóis que tanto admiramos na adolescência e tanto nos repulsam hoje, uma vez tomada a consciência de que mais do que laçar vacas, eles laçavam e matavam indefesos índios e similares). Talvez venha daí essa sua representação grandiosa, quase heróica, do espaço pictórico.

Sendo que este Nicholson ainda teve a vantagem de ter, a tempo, descoberto e conquistado o Rio de Janeiro, seu calor, sua luz transbordante, seu colorido exuberante - atributos que ele transfere com espírito litúrgico e devocional para as suas telas - sejam elas figurativas, sejam abstatas informais, como até há poucos anos, ou abstratas metódicas e arquiteturais, científicas, como as atuais. Agora como então, entretanto, Nicholson imprime uma discreta elegância em suas pinceladas e assim cativa e seduz - basta observar e sentir o banho de luz e de sensualidade cálida a que nos submete e com que nos subjuga com uma singela obra, de 1995, contraditoriamente nomeada "Study under a cool light". Bem, se a luz era fria, ele a superou e transcendeu, a transfigurou e reconfigurou; e o resultado é esse calor que sentimos a nos invadir e comover com seu extremado lirismo e saudável instinto. E olha que a perspectiva é distorcida e a cor não passa de duas manchas, meia dúzia de linhas finas e uma lavagem geral. Nada disso importa, afinal Velázquez também não era chegado ao quadriculado do xadrez. A sua força emana do clima, da atmosfera, da captura do cândido instante da inocência que nos domina e toma.

Também não posso deixar de mencionar o contraponto, essa outra impactante e agradável surpresa que me causou, na homenagem aos 25 anos da Galeria Candido Mendes, o miolo do tríptico "A grande tela", com Kuperman e Áquila, onde Nicholson esbanjou por meio da cor e do traço livre, toda a orgiástica e órfica tropicaliência de que se deixou impregnar nesses anos de Brasil benfazejo. E foi também com eles, Kuperman e Áquila, e mais Charles Watson, que, numa heróica resistência, cerrou fileiras, nos anos oitenta, ajudando assim a salvar a pintura da ameaça de extinção decretada pelo conceito. Afinal, pintar é pintar, pensar é pensar. E alhos podem até rimar com os "penduricalhos", mas não são, a não ser em sonho surrealista.

Voltemos ao que realmente interessa e falemos mais um pouco de Nicholson e dessa sua atual fase disciplinada, que, na verdade se manifesta de três modos: numa, através da degradada disposição dos planos e das cores recessivas, ele sugere espaços vitais situados atrás dos suportes e que nos arrastam para o interior da tela, tragam mesmo, engolem e levam para o distante sideral; noutra, é tudo chapado e bi-dimensional, próprio para a contemplação apaziguadora, já que o plano e o espectador estão, em igualdade de condições, situados em paralelas que só vão se encontrar lá no final da linha, se e quando a espiralada curvatura for confirmada; na terceira, e, para mim, a mais impressionante, suas arrojadas formas e progressivas cores adquirem vigor e vitalidade extemporâneos e constituem elementos orgânicos; e, como se biomórficas estruturas, saem do quadro, avançam, nos tomam de assalto e para nossa feliz surpesa (não são robôs nem ursos, é só aparência) não nos ameaçam; ao contrário, elas nos abraçam, envolvem, acariciam, acalentam e convidam para uma aventura em grande escala - não apenas nessa geométrica gradeada, mas sobretudo na musical, ultra-sinfônica, que culmina com a "Ode à alegria", de Schiller/Beethoven.

Um processo em progresso, e um progresso em processo, insinua Nicholson, e nós sentimos a presença de seus quadros, não no sentido físico, dimensional, mas de entidades espirituais, imateriais, que surgem do nada e nos falam da sensação e da conseqüente emoção. Ao longo da história, muitos artistas representaram uma cena mitológica em que alguém sonha com uma "escala" que conduz aos céus ... certamente ao som das pinturas de Nicholson, que emulam um gigantesco órgão com seus "canhões" tangendo a abóbada celeste. Não é à toa que Bachianas nos remete a Baco, movido a vinho, movimento/dança e música, que Bach, o Johann Sebastian, compôs e o Villa não deixou por menos. Agora, Nicholson fez as suas! Na terceira dimensão!

Rio de Janeiro 2003

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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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