| João Werner |
A guerra iconoclasta do século VIII tornou explícita a virulência contida na figuração: causava polêmica, à época, a possibilidade de uma imagem ser idolatrada como se fora, ela própria, um ser e, mais além, (e, pior ainda sob a ótica religiosa) um ser "divino".
Mas é exatamente isto que vejo em alguns de meus retratos fictícios: traços humanos. Não traços meus, autobiográficos, mas traços que, às vezes, eu me estranho ao percebê-los.
Vejo, em alguns deles, um olhar que denuncia uma intenção. Sinto que há uma "alma" para além das pinceladas grosseiras do meu Flash. Há alguém lá, olhando de volta. Doces ou irônicas, amargas ou azedas, mansas ou raivosas, há pessoas embutidas em algumas daquelas imagens.
Wittgenstein falou disso, Gombrich dedicou um livro a isso: como uma mesma coisa material pode apresentar aspectos visuais distintos? Como posso ver, em um mesmo desenho, ora um pato, ora um coelho? Como uma simples conjunção de cores e pinceladas pode apresentar aspectos humanísticos?
A arte plástica compartilha algo com o xamanismo e a invocação e esta minha exposição tem algo de vodu, como se fosse um mostruário de almas.
Enfim, razão seja dada aos iconoclastas...

Rio de Janeiro 2011


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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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