| Ivan Carneiro | Paisagens |
Nos trabalhos de Ivan Carneiro podemos observar um choque entre o colorido e o preto e o branco, recurso de que se utiliza para reforçar contrastes, como os que captou nas comunidades carentes. São influências que vão de Caribé, que tão bem retratou a Bahia, ao cubismo de Picasso e o estudo das cores de Matisse, passando pelo desenho de Raoul Dufy.
O crítico Mario de Almeida analisa a obra de Ivan Carneiro: “através do desenho, da pintura e dos objetos, o criador múltiplo expressa com absoluta modernidade sua convivência com as coisas e sua vivência do mundo”.
Publicitário com passagem pelas mais importantes agências do país, Ivan Carneiro já trazia do seu Pernambuco natal uma forte bagagem artística. Em 1955, fundou com alguns colegas o Atelier Coletivo da Sociedade de Arte do Recife, local freqüentado por artistas como Gilvan Samico, Abelardo da Hora, José Cláudio da Silva e Guita Charifker. O Atelier incentivou a arte moderna e sua importância se estendeu do Recife para o Nordeste, tendo sido comparada a influência que o Grupo Santa Helena teve em São Paulo. Seus integrantes trabalhavam em jornais, agências de publicidade e empresas burocráticas durante o dia, reservando a noite para o convívio com as artes plásticas, na esperança de um dia viverem exclusivamente da arte.
Ainda na década de 50, Ivan Carneiro foi premiado no Salão Oficial do Estado de Pernambuco e recebeu do Instituto de Cultural Hispânica uma bolsa de estudos para a Espanha, onde realizou uma exposição.
Aproveitando a estada na Europa viajou ao longo de 3 anos a fim de conhecer a riquíssima arte do velho continente e seus imponentes museus. De volta ao Brasil fixa residência no Rio de Janeiro, onde participa de algumas exposições na década de 1960 para depois abraçar a publicidade como atividade profissional.
A partir de sua retirada do cenário publicitário com a aposentadoria na década de 90, voltou a se dedicar as artes plásticas.
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