| Hervé Fischer |
O Museu de Arte Contemporânea da USP apresenta a exposição Hervé Fischer no MAC USP – Arte Sociológica e Conexões, com trabalhos pertencentes ao acervo do Museu do artista e filósofo francês considerado o pai da multimídia no Canadá, onde vive desde 1980. Hervé Fischer foi professor de Sociologia da Cultura e da Comunicação na Sorbonne e o nome mais atuante e principal teórico do Coletivo de Arte Sociológica (1974-77). É autor de vários livros, entre eles Arte e Comunicação Marginal (1974), Teoria da Arte Sociológica (1976), A Sociedade no Divã (2007) e o mais recente O Porvir da Arte (2010). No mesmo ano em que formou o Coletivo de Arte Sociológica – ao lado de Jean-Paul Thénot e Fred Forest, Fischer participou de sua primeira exposição no MAC USP apresentando dezesseis obras, depois doadas ao Museu. Além de outras obras do artista, a exposição que o MAC USP inaugura no dia 8 de maio, às 17 horas, mostra ações propostas pelo artista, como sua Farmácia Fischer & Cia, realizada nas ruas de São Paulo em 1975.
A exposição apresenta ainda documentos, textos, depoimento em vídeo, fotografias e relatos sobre o trabalho de Fischer que ressaltam o pensamento vinculado à sua prática e mostram como o artista responde às inquietações e propostas apresentadas pela teoria da comunicação, sociologia, antropologia e política, além de outras áreas, encampadas pelas artes a partir dos anos de 1960. Para Cristina Freire, curadora da exposição, “Farmácia Fischer & Cia, Higiene da Arte e Arte e Comunicação Marginal, mais do que ‘obras de arte’ no sentido convencional, são plataformas de ação, propostas e desdobradas por Hervé Fischer em sua trajetória que se orienta, há décadas, pela reflexão do lugar da arte e do pensamento plástico para além dos condicionantes ideológicos e mercadológicos em que se enredam.”
Para esta exposição, Fischer preparou um trabalho novo, realizado no MAC USP. Da Higiene da Arte à Higiene da Sociedade vai permitir confrontar sua poética anterior com as questões e problemas atuais presentes em seu trabalho. O GEACC (Grupo de Estudos de Arte Conceitual e Conceitualismos no Museu), coordenado por Cristina Freire, é responsável pelas pesquisas que culminaram na curadoria da exposição e no lançamento de uma publicação com o mesmo nome, de 130 páginas. Tal publicação reúne um conjunto de textos fundamentais para a compreensão crítica da obra de Fischer, que irá ainda ministrar um ciclo de palestras entre 7 e 11 de maio, quase quatro décadas depois de sua primeira passagem pelo país.

Rio de Janeiro 2012


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