| Hélio Oiticica |

Detalhe_do_convite"A experiência da cor, elemento exclusivo da pintura, tornou-se para mim eixo mesmo do que faço, a matéria pela qual inicio uma obra" - Hélio Oiticica.

"Dando continuidade às comemorações dos seus 40 anos de existência, a Galeria de Arte Ipanema apresenta uma exposição em homenagem a Hélio Oiticica, um dos grandes expoentes da arte contemporânea brasileira, com obras de duas fases bastante representativas do seu trabalho, Metaesquemas e Relevo Espacial, e que revelam as preocupações estéticas e conceituais do artista quando este se inseriu no movimento Neoconcreto. A mostra será aberta em 26 de julho e ficará até 20 de agosto.

Os Metaesquemas, todos em guache sobre papel, são estruturas formadas por gráficos ou placas de cor criadas entre 1957 e 1958. Hélio já os considerava uma evolução da pintura, e traziam uma preocupação cromática através de um alto grau de racionalidade - a construção da cor, segundo o pensamento fenomenológico de Marleau Ponty, “do olho que vê”, do olhar que sintetiza as relações do pensamento, sem jogos óticos e calcada na sensibilidade de um todo orgânico.

Hélio Oiticica participou do movimento mais importante brasileiro de dimensão universal que foi o Neoconcretismo de 1959, no Rio de Janeiro, aproximando sua obra de uma visão orgânica da forma e a cor. Nos Metaesquemas, as manchas de cores se espelham no outro lado do trabalho. Resumidamente, é o estudo da questão da luz e da experiência que leva Oiticica a romper com a bidimensionalidade tradicional do quadro, partindo para o espaço com os RELEVOS ESPACIAIS. Nestes, a participação do espectador ocorre pela vivência visual da cor, e o plano se torna elemento ativo em uma dinâmica estrutural, lançando-se no espaço tridimensional.

O Relevo Espacial se constitui no momento decisivo da produção de Hélio Oiticica, pois representa a passagem do plano para o espaço real. São placas de madeira pintadas e presas ao teto por simples fios. O jogo entre a cor, o vazio e sua expansão configuram um espaço autônomo. O espectador deve vivenciar a obra, girando e movimentando-se a sua volta. É a vivência da cor. Através desta experiência, Oiticica desenvolve uma nova compreensão da arte fundando a obra na própria relação com o sujeito, em um auto-reconhecimento do sensível.

E Oiticica utiliza cores de luz: amarelo, laranja, vermelho. A cor-luz se manifesta e determina a própria estrutura. É o que ele chama de “corpo da cor”, onde a estrutura se lança, totalmente sem a contradição de figura e fundo. O fundo é o próprio universo.

Esta transição, alicerce para a construção da identidade do artista, foi selecionada pela Galeria justamente por ser uma enorme referência da Arte Contemporânea Brasileira, além de constituir também um legado conceitual para a Arte do Ocidente nos séculos XX e XXI. Logo, a inteligência crítica da obra de Hélio Oiticica não poderia deixar de ser lembrada pela Galeria de Arte Ipanema como um de seus maiores ícones."- Nara Reis


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