Giov. D'And.

Advogando um abraço...

Arte e consciência!

©Alexandros Papadopoulos Evremidis*


Estamos diante de um ousado e vigoroso artista que não se contenta em apenas fazer arte - ele também pensa a arte e a vive com a intensidade dos que no mais absoluto silêncio ouvem um chamado e a ele se devotam de corpo e alma.

Criativo e inventivo, ele analisa, avalia, e se cumplicia e conspira com o que de espiritual há em Kandinsky e na maiêutica de Sócrates - esta resultando na mais dramática dialética! - para fundamentar as convicções de sua obra.

Jubiloso, nos convida a sairmos da caverna e, em plena luz do dia, olharmos para a maravilha de universo que ele criou e agora nos oferta.

Heterodoxo e seguro de si, sem no entanto ser dogmático, dado a surpresas, elaborou até uma refinada entrevista entre o ego e seu alter - o artista. "O processo criativo é um "algo mais" na experiência humana, é um ligar-se com [...]", diz ele e no ato nos seduz. Mas é melhor ler seu apaixonante depoimento e se deixar encantar por suas imaginativas criações.


Giov. D'And.

Giovanni D'Andrea


ARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTE

Abstraindo em considerações...

Quando me perguntam sobre a ARTE, como esta se processa em mim, a impressão que dá ao se responder a esta pergunta é que o dicionário não comporta vocábulos que definem com exatidão o que se propõe responder.

O processo criativo é um "algo mais" na experiência humana, é um ligar-se com Deus, não somente esperando que Ele venha até você, que Ele vem, antes é um ir até Ele...

E, as entranhas de su’alma, cada célula, cada poro, cada átomo e núcleo que se movimenta dentro de você, cada centímetro cúbico de ar que perpassa seus pulmões está impregnado desta energia criativa, deste "algo mais" que circula em seu sangue nutrindo o sistema nervoso a tocar a mente e o coração e a traduzir-se em beleza, harmonia, equilíbrio...

Inclui, mas não é tão somente, o que a experiência não rara chama de "ficar arrepiado" em cada fio, indo da raiz profunda até a ponta deste.

E, quando ando na rua e estou na sintonia da ARTE, vejo pessoas transparentes, cachorros azuis, vegetação negra, crateras se abrem no solo e passo flutuando. Luzes multicolores descem do céu dissipando as brancas névoas que envolvem as estrelas que se movem em redemoinhos enquanto a bailarina dança com minha sombra..., seria a do Degas? Sei lá, acho que não, acho que ela não anda com este tipo de companhia, de dança.

Isto numa postura algo..., meio que surreal; mas se partirmos para uma maior abstração, vejo e sinto os odores perfumados de fachos e feixes de luzes, bolas e bolhas flutuam, vapores em cores, sombra, penumbra e luz, objetos e formas opacos, densos ou translúcidos, quintessenciados, eletrizantes, de neônio ou não, nisto posso estar como mero e pasmo observador ou ainda, inserido no contexto com a alma levitando de deleite, enquanto ouço a música celestial...a lira dos anjos, o cavaco dos arcanjos, o oboé dos serafins em fim!!!

Enfim, continuo a caminhar, em êxtase... pleno de mim mesmo...

Neste momento não me sinto um artista definível, sinto-me a própria ARTE.

Falando, ainda, de...

...A ARTE, A VIDA, O EU

A arte é uma representação da vida.
Uma vida sofrida.
Uma vida bem vivida.
Uma vida, em sorrisos, refletida.
Uma vida, denotação da palavra: Vida.
Uma vida futura, hodierna,
Pretérita: escrita na humanidade.
Uma subjetiva realidade...
Ou mesmo imaginação, pura ficção.
A arte, então, retrata o real,
Ainda que ele pareça não existir.
Pois, imaginar também é realizar.
Expresso, em conseqüência, na arte:
O eu, a reserva mental do eu, o in..., o sub...
O que virá a ser do eu;
Pode ser, então, visto,
Melhor, antevisto em minhas:
Tacanhas brincadeiras pictóricas...
Onde sou capaz facilmente de conotar
O mais inenarrável de meu âmago.
E assim, compartilho-me com a humanidade,
Numa profusão de cores, formas, linhas e luz,
Onde me diluo, terna e eternamente,
Em óleo ou acrílica sobre telas...
Ou ainda, nas proporções esculturais !!!

E, no esforço de se fazer claro, Giov. entrevistou Giov., sob espreita de Giov.:

Giov. – Qual o porquê do abstrato?

Giov. – O abstrato para mim dá uma idéia de pureza, é como se fosse o momento inicial da criação. É desta abstração que se delineiam na mente do artista as primeiras formas, as cores vão surgindo e se mesclam, criando novos matizes e tons, a estas se juntam as linhas traçadas mentalmente e dão origem a novas formas, onde pode se sobrepor ou não determinadas transparências, sutilizando o efeito.

A idéia do abstrato pode se encerrar aqui como o fim da obra, ou, ainda, como por vezes tenho me proposto, pode ser utilizado não mais como um fim pictórico ou escultural, mas como meio, uma peculiar linguagem plástica tendendo ao figurativo, escrito, traçado através de uma abstração. Do abstrato surgindo, então, um quase figurativo.

É sabido que Wassily Kandinsky trouxe esta nova linguagem ao planeta, um dos iniciadores do abstrato no mundo, mas sabemos também que Piero Della Francesca já dava um toque modernista em suas obras. Vou mais longe, acredito que qualquer escola, seja esta impressionista, renascentista, grega etc., para formar a figura, ainda que copiando de algum lugar, antes, o artista mentalmente já delineou abstratamente a idéia a ser executada; nem que seja neste caso um abstrato precário perdendo em muito aos contemporâneos. Ou seja, por mais que o artista pense em executar uma figura, mesmo realista, a idéia na verdade nunca é concreta, é meramente abstrata, acho que deste ponto aliado ao progresso dos povos e, por conseguinte do avanço das técnicas artísticas, paulatinamente, surgiu o abstrato como fim em si mesmo.

Giov. – E esta preocupação com o Universo em suas obras?

Giov. – Eu diria que preocupação não é exatamente a palavra. É como se fosse um redemoinho, como um daqueles que eu pinto, a me arrastar para esta idéia.

Esbarrando em Jesus: "Há muitas moradas na casa de meu Pai", então, é como se eu conhecesse cada uma delas e quisesse trazer aos habitantes da Terra, estes endereços até então desconhecidos, é como se fosse uma antecipação da ciência. É um "saber" antes de se ter o efetivo conhecimento. As grandes descobertas partem da intuição. O sentir precede o saber? Da ARTE procede a ciência???

Giov. - E a ARTE para você?

Giov. – Acho que a ARTE, para os artistas em geral, seja ele plástico, cênico, músico, bailarino, poeta ou cantor, é mais que uma vontade, por vezes pode ser até assim, um ligar e desligar de botão como que mágico, que lhe leva aos espasmos criativos, mas em geral é uma febre muito cálida que os faz suar, que só se aplaca criando, construindo... Ainda que através da desconstrução... (risos).

Estou falando em geral, mas na verdade esta é minha experiência, acredito também no inverso, uma espécie de tranqüilidade latente a se traduzir em obras mais calmas e suaves a encantar de serenidade os apreciadores. Aliás, muitas vezes a ARTE atinge e toca também os corações secos e endurecidos, que cedem mesmo a contragosto ao contato com a verdadeira ARTE.

Giov. – E para a sociedade, o que representa a ARTE?

Giov. – É uma incessante busca do ideal de comportamento, ou melhor, de estado emocional a ser atingido, instintivo no ser humano, a traduzir-se em paz e conseqüentemente em felicidade. O expectador de qualquer tipo de ARTE, sorve, absorve naqueles momentos de contato com a mesma, uma espécie de plenitude, através da observação que pode chegar ao riso ou mesmo às lágrimas que aquela obra intelectual (aqui eu diria emocional) lhe proporciona. Por falar neste tipo de sentimento que a ARTE nos proporciona, eu já tive a oportunidade de ver pessoas rindo ou lacrimejando apenas por ver algumas fotos de quadros meus; isto para mim foi muito gratificante, é como se aquelas idéias representadas através da cor e da forma já tivessem sido riscadas previamente naquele espectador, ora expectante, numa espécie de maiêutica socrática, e me emociono junto... Isto faz com que a pessoa saia "do chão" de si mesma e, não mais ensimesmada ela caminhe por novas trilhas emocionais, agora menos densas na esfera do comportamento humano.

É a PAZ que retoma o seu papel na experiência individual e, por "efeito dominó", na sociedade.

Sintetizando: ARTE traz paz e por via de conseqüência, paz traz...

ARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTEARTE

Giov. - É, mas agora quem vai falar sou eu e eu reparei que as fotos abaixo mostram uma espécie de breve retrospectiva do Giov., mostrando um mínimo de cada fase que ele tem passado. Pronto falei! Agora? Só me resta abstrair...


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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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