"RELEVOS", de João Galvão
Relevos em Relevo!

©Alexandros Papadopoulos Evresmidis*

relevo_azul_de_GalvãoJoão Galvão tem uma surpreendente e sensualíssima relação com um dos materiais mais inusitados e nobres - a madeira, que ele não esculpe para fazer estatuetas mas "aproveitando o que do trabalho do homem sobra e não tem (?) utilidade", recolhe, corta, recorta, lixa, alisa, cola ou prega e pinta ou não, geometriza, organiza e a restitui na forma de quadros de variados tamanhos, como se seu fiel retrato, à ela própria e a nós, que olhamos e ficamos afônicos diante de tanta eloquência e arte. Como se nunca antes tivéssemos visto ou tocado esse tão óbvio e querido material - companheiro de toda infância.

São formas, cores, luzes e sombras intercambiantes e reagentes à luminosidade, que nos seduzem e conduzem nosso olhar em movimentos labirínticos e hedonísticos. A madeira, mau condutor, mas potencialmente intenso combustível, está ali, quente e acolhedora. Sua tridimensionalidade, por vezes, multiplicada pela explosão do seu código secreto -, sim, trata-se de uma linguagem paradoxalmente única e subjetiva e no entanto universal! -, está quase a se incendiar no instante em que nossa vista a acaricia: impulso de penetrar-lhe os espaços interconectivos para captural-lhe o âmago e a alma - a dríade que a habitou originalmente enquanto árvore e agora por artes se transfigurou em Arte Maior!

Os teóricos e puristas, os caçadores de bruxas, torcerão o nariz tachando os relevos do relevante Galvão de quebra-cabeças lúdicos ou brinquedos-arquiteturais, ou ainda de maquetes, "que até uma criança pode fazer"... pois que as faça a criança e será saudada e admirada como superdotada! Artista! Já para as mentes acessíveis e férteis, abertas à inseminação do sopro da criação, será uma celebração. E de fato, foi uma celebração a noite inaugural, com Galvão refletindo sons, luzes, cores e arte. Só não se deixa contagiar pela mágica beleza das obras, beirando a alucinação, quem não tem mais nenhuma esperança ... mas que pode ser resgatada apreciando as suas 'jóias'.

Rio de Janeiro - 2001.

©Alexandros Papadopoulos Evremidis > escritor crítico > Email


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