Francisco Stockinger – O Combate Silencioso |
Maturidade e transcendência

"Aos 88 anos, um dos maiores escultores vivos do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo, e também um dos mais premiados, Stock reúne sua produção mais recente, marcando seu retorno à cidade onde começou sua carreira, como assistente do máximo Bruno Giorgi, com quem contrapontua - Giorgi, liso e deliciososo como todo redondo; Stock, rude e revolto, expressamente expressivo, des-figurativo. A mostra reúne 55 esculturas de diferentes formatos e materiais, como bronze, ferro, madeira, pedra e mármore. Um conjunto de peças que ultrapassam dois metros de altura em sua maioria será colocado na Praça dos Correios, ressaltando o gosto do escultor pelas obras de dimensões públicas. Já na Galeria do Térreo estarão reunidas peças de dimensões menores." AlleKunst


Austríaco de nascimento, Stockinger começou sua carreira, em 1947, no Rio de Janeiro, como assistente do escultor Bruno Giorgi. Participou ativamente das discussões sobre a escultura moderna no Brasil. O artista engajado, fundador do Atelier Livre (1961), foi diagramador do jornal “A Hora” e aviador no início da sua trajetória, e hoje divide seu tempo entre a arte e sua criação de cactus de reconhecimento internacional. Stockinger chegou a descobrir duas espécies de cactus, batizadas com seu nome.
Com curadoria de Eduardo Veras, esta mostra reúne 55 esculturas de diferentes formatos e materiais, como bronze, ferro, madeira, pedra e mármore. Um conjunto de peças que ultrapassam dois metros de altura em sua maioria será colocado na Praça dos Correios, ressaltando o gosto do escultor pelas obras de dimensões públicas. Já na Galeria do Térreo estarão reunidas peças de dimensões menores. Entre outras características de sua produção realizada ao longo de 60 anos, a exposição aponta para uma espécie de divisão dentro da obra do escultor: enquanto as esculturas em bronze, ferro, madeira e outros materiais são predominantemente figurativas, as formas em pedra são abstratas.
“Stockinger é responsável, ao lado de outros mestres como Sérgio Camargo, Amílcar de Castro e Franz Weissmann, pela consolidação e pelo avanço do pensamento plástico moderno”, aponta o curador Eduardo Veras.
Guerreiros – Série realizada pelo artista desde os anos 1970, como uma resposta de resistência à ditadura militar pela qual passava o país naquele momento. Os “Guerreiros” de Francisco Stockinger são construídos a partir de troncos de árvores e pedaços de ferro. Na exposição o artista apresenta duas peças realizadas este ano.
Magrinhas – Esculturas longelíneas, que chegam a alcançar 2,30m de altura. A superfície acidentada dessas esculturas lembra a ação do artista sobre o gesso, matéria que serviu de base para o resultado final em bronze. Com suas ancas pronunciadas, nuas ou exibindo parcelas do corpo, mas no geral com poses e olhares displicentemente endereçados para longe de nós, elas, ao passo em que exalam vida, são figuras enigmáticas. Na exposição o artista apresenta sete peças, seis mulheres e um único homem, realizadas em 2003.
Chocado com as notícias divulgadas em meados da década de 1990, dando conta de que havia uma população desnutrida no sertão nordestino que se alimentava de um tipo de rato, Francisco Stockinger, considerado o maior escultor vivo do Rio Grande do Sul, criou uma série de trabalhos que medem no máximo 1,58m, e que batizou de “gabirus”, o nome do tal roedor. Essas e outras esculturas vão se juntar a outras, como as “magrinhas”, na exposição que os Correios vaia altura uma baixa estatura hoje aoselo artista em meados da década de 1990. As esculturas referem-se às famílias miseráveis, encontradas no sertão nordestino, que, em razão de uma desnutrição crônica, permaneceram com. O caso das famílias que alimentavam-se de ratos, conhecidos na região como gabirus, foi amplamente divulgado pela imprensa na época. Na exposição o artista apresenta 12 peças, todas de pequeno porte – a menor com 95cm de altura e a maior com.
Pequenas esculturas em bronze – Esculturas de pequenas dimensões realizadas pelo artista desde o início de sua trajetória. Elas se apresentam dispostas ao longo de uma grande mesa, construída justamente para deixá-las mais próximas do olhar do visitante, que pode perceber seus detalhes com o mesmo cuidado e minúcia com que avaliamos um objeto que cabe na palma da nossa mão. As peças de pequenos formatos – touros, gabirus, guerreiros e outros – são derivações de trabalhos anteriormente realizados em outros materiais e dimensões.
Esculturas em mármore e granito – A partir do trabalho com a pedra, o artista cria uma série de formas abstratas que contrastam com a presença figurativa que se afirma na exposição. São na maioria formas arredondadas e que revelam ao espectador as ranhuras do material utilizado. Todas as peças desse conjunto são realizadas em pequenas dimensões.

Rio de Janeiro 2007


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