| Fernanda Gomes |
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresenta a exposição individual de Fernanda Gomes. Esta é a maior exposição da artista no país, que ocupará os 1.820 metros quadrados do espaço central do segundo andar do museu.
Fernanda Gomes vem construindo há mais de vinte anos uma obra singular, com ampla repercussão nacional e internacional, realizando exposições individuais e coletivas em quase todos os países da Europa, além de Estados Unidos, México, Austrália, Nova Zelândia e Japão. Participou das bienais de São Paulo, Istambul, Sidney e Veneza. Seu trabalho está presente, entre outras, nas coleções da Tate Modern, Miami Art Museum, Fundación/Colección Jumex, Vancouver Art Gallery e Museu Serralves, onde desenvolveu escultura permanente no parque do museu.
A artista realiza no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro uma exposição em estreita relação com a arquitetura única do museu. A ocupação do grande salão, na sua amplidão original, banhado de luz e suspenso na paisagem, cria ritmos e espaço, mantendo a autonomia de cada escultura e objeto, formando conjuntos irrepetíveis, trazendo o espectador para este lugar e momento exato.
"Fugindo a gêneros e a categorias da arte, Fernanda Gomes recicla no espectador uma experiência da escultura e da pintura, entre o objeto e o espaço, entre a luz e a sombra, entre a composição e a dispersão." (...) "A exposição é a própria obra de arte, numa reinvenção do espaço existente a partir dos objetos que o estruturam. Fernanda Gomes incorpora no seu trabalho a história, o humor e a nostalgia, de cuja combinação resulta uma profunda experiência pessoal para o espectador." escreveu João Fernandes, curador e diretor do Museu Serralves, na apresentação da exposição da artista no museu.
Paulo Venancio Filho, crítico que acompanha o trabalho da artista desde o início, escreve para esta exposição:

Fernanda Gomes e o MAM
O MAM é o museu essencial do Rio de Janeiro. Nos seus espaços duas ou três gerações se formaram. Para os artistas de uma época foi o museu, o lugar obrigatório da arte na cidade. Esse espaço formativo, que experimentaram, exploraram e ocuparam, está presente, sem dúvida, no DNA dos trabalhos de toda uma época. Para alguns permaneceu na memória como um dado insistente que estimulava uma ambição não realizada. É o caso de Fernanda Gomes. A escala única, como poucas no mundo, da Sala Monumental, a horizontalidade envidraçada do espaço expositivo, que se abre também para outra paisagem única no mundo é uma experiência arquitetônica como poucas. Ocupá-las era, e ainda é, um dos desafios que o MAM propunha. Pois a exposição de Fernanda se trata de uma ocupação. Como? Madeira, vidro, papelão, móveis, barbante, objetos do cotidiano, coisas inteiras, fragmentos, pedaços, partes formam uma paisagem sui generis que se liga intimamente com a paisagem exterior, que não é a do cartão postal. Pode-se dizer que ela restaura, em outro plano, um espaço urbano quase extinto: o terreno baldio. Terreno baldio; onde as coisas mais inesperadas se encontram e convivem. Me ocorre que aí o trabalho de Fernanda realiza duas direções da arte brasileira, aparentemente opostas: Goeldi e Mira Schendel. Do primeiro o amor pelas coisas abandonadas e desamparadas que a cidade vai deixando de lado, da segunda a espécie de paisagem intima que mal se configura, no momento último do desaparecer. Pouco a pouco, caminhando pela exposição, em meio aos objetos que se dispersam e se agrupam, podemos reconstruir esta experiência. Quem sabe?

Rio de Janeiro 2011


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