| Ernesto Neto - Citoplasma e Organóides |


Ernesto_Neto A intimidade da casa onde viveu a colecionadora Eva Klabin e onde hoje funciona a Fundação com seu nome na Lagoa, Rio de Janeiro foi o elo de ligação que o artista plástico Ernesto Neto encontrou com seu trabalho para produzir uma intervenção no espaço da instituição. Na exposição Citoplasma e Organóides, que abre no próximo dia 10 de novembro, Neto irá espalhar pela casa – que tem um acervo de arte clássica e arqueológica com 4000 anos de história – suas esculturas em tecido de lycra, algodão, poliamida, polipropileno, especiarias, miçangas, espuma e ervas, dando continuidade ao Projeto Respiração, que tem curadoria de Márcio Doctors.

Inaugurado no final de agosto com o artista José Damasceno, o Projeto Respiração tem o objetivo de criar intervenções de arte contemporânea na fundação. A intenção é criar fricções de linguagens entre a arte consagrada do passado e as manifestações da atualidade.

“Pensei em Ernesto Neto para participar do projeto porque sua obra trata da questão da pele; do elemento que reveste e envolve. Seus trabalhos são  lúdicos e possuem fluência e sensualidade. Esses elementos são fundamentais para rearticular as relações da casa-museu de Eva Klabin. O museu, como uma pele, foi a forma que Eva encontrou para revestir o sentido de sua casa.  Ela criou um ambiente aristocrático, austero e requintado e de exuberância sexualizada como cenário  para a sua existência. O lúdico, a fluência e a sensualidade da obra de Neto serão a energia plástica capaz de estabelecer outras respirações para esse espaço “, explica Doctors.

O objetivo do projeto é que os artistas convidados utilizem os espaços da casa-museu para fazerem a sua própria leitura do ambiente. A proposta, segundo o curador, é que eles trabalhem com as zonas adormecidas, silenciosas e de descanso, que não são imediatamente perceptíveis, mas são o que garantem a percepção do espaço.

Neto diz que vai operar o relacionamento entre a intimidade da casa e a intimidade de sua obra. Por isso mesmo, o ponto de partida do artista foi o quarto de Eva Klabin. È lá que inicia seu percurso e a exposição. Uma escultura vai sair de uma bela chaise longue, outra ocupará a imponente cama dourada do barroco italiano e um colchão ainda estará revestindo parte do piso. “É como se a casa fosse o citoplasma e eu estivesse colocando os organóides nela”, explica o artista. Uma integração entre passado e presente que certamente vai fazer respirar.

SOBRE ERNESTO NETO
Ernesto Neto nasceu em 1964 no Rio de Janeiro, onde vive hoje. Trabalha com esculturas que são compostas por elementos em tecido de lycra, algodão e poliamida e recheados com bolinhas de chumbo, polipropileno, especiarias, miçangas, espuma e ervas, entre outros. A organização dos elementos que compõem sua obra pode ser simples ou complexa. Muitas vezes a união entre esses elementos cria grandes redes que já foram chamadas de colônias pelo artista. A mistura de materiais inusitados com a utilização de tensão, força, resistência e equilíbrio é o que aguça a curiosidade do espectador da obra de Neto.

Rio de Janeiro 2004


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