"ASPECTOS - esculturas" by Delma Godoy.
A força da natureza.

©Alexandros Papadopoulos Evremidis*

delma_godoy A artista plástica Delma Godoy é uma incansável inovadora. Suas mais recentes experiências interativas são surpreendentes, com utilização de materiais nunca antes imaginados em termos de escultura. Na presente exposição "Aspectos" são apresentadas oito obras de grandes dimensões, destinadas a causar forte impacto no público.

Todas as peças são elaboradas em terras refratárias e madeiras de demolição, sendo que uma das obras desperta especial atenção e não apenas pelo tamanho. É uma criativa instalação feita a partir da coluna vertebral e de oito costelas de um fóssil de baleia, encontrado num sítio arqueológico de sete mil anos nas proximidades de Búzios. "Esta instalação reflete meu desejo de integrar dois materiais opostos, um orgânico e outro artificial, mas que apresentam em sua forma os mesmos aspectos de corrosão", explica Delma.

Dona de uma surpreendente trajetória artística, Delma Godoy vem se expressando através da cerâmica há mais de vinte anos, pesquisando novos materiais e técnicas tanto no campo utilitário como na escultura propriamente dita. Em suas mais recentes experiências, Delma fez a fusão da argila com mais de 50 tipos de minerais diferentes, pesquisados nas mais diversas temperaturas. O resultado obtido são as chamadas terras refratárias, de cores e texturas totalmente inéditas.

"Minhas esculturas são inspiradas em diversas formas da natureza, resultando numa perfeita interação entre materiais divergentes, que se completam de maneira harmoniosa e nos remetem a paisagens imemoriais. No meu trabalho, procuro associar a materialidade e o som do silêncio da forma. Através desta integração, tento encontrar o ponto exato de um início, totalmente atemporal. Acredito que a criação do nosso universo partiu deste silêncio", afirma.

Para trabalhar a arte de uma maneira sempre original, é possível afirmar que Delma realiza com as mãos os mesmos movimentos produzidos pela natureza. "Visualizo o caminho do vento, através dos milênios, esculpindo silenciosamente paisagens e mundos. Tento me transportar para esse caminho e vou criando erosões superpostas, que se encaixam como uma brincadeira lúdica, onde o olhar encontra este trabalho mudo, inerte e ao mesmo tempo esvoaçante".

Desde sua primeira exposição em 1984, Delma se mantém ligada diretamente à natureza. "Acho que por isso escolhi a cerâmica, que une os quatro elementos - terra, água, ar e fogo". De lá para cá, foram dezenas de mostras no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Paris e Nova York.

Rio de Janeiro 2001.

Alexandros Papadopoulos Evremidis = > escritor crítico > E-mail


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