| Déa Junqueira | Troncos, Mulheres e Árvores |

Memória afetiva

Moça_com_flores Déa Junqueira Troncos, mulheres e árvores: Tema recorrente na obra da pintora - o universo feminino - Déa Junqueira desta vez explora um tempo passado que vem através das fortes lembranças das mulheres, parentes ou amigas da família, que se reuniam para costurar o pano e a vida, juntando retalhos e talhos da vida. Tal qual uma espécie de análise em grupo, construída e tecida com rendas que puxam a memória.

Por outro lado, para a pintora, os troncos com sua seiva são o símbolo da força que alimenta, como também alimentam os seios das mulheres. Esta foi a visão inspiradora para as telas que a artista plástica vai exibir na exposição Troncos, Mulheres e Árvores.

Em seu trabalho, a artista utiliza colagens, ou trompe l´oeil imitando a colagem, gerando um efeito que reforça os sutis traços femininos da sua criação, ao mesmo tempo em que resgata o intenso passado das mulheres.

Analisando sua obra, Déa Junqueira considera uma busca sua igualar dois tempos, numa junção do passado da mulher reprimida com a vida de hoje, quando a mulher já conquistou vários espaços, ampliando sua autonomia.

A artista explica ainda que “os americanos inspiraram os seus primeiros trabalhos nas colchas feitas no interior do país. Aqui também nos temos as nossas colchas de chita, feitas no interior do Brasil: é o trabalho feminino que se integra na grande arte. Não é só a mulher na arte, mas a valorização da atitude feminina na arte contemporânea. O fato de tecer, cozer, cortar, atos tipicamente femininos de artesanato passaram a fazer parte da arte contemporânea”.

Na mostra Troncos, Mulheres e Árvores, poderão ser vistas cerca de 10 telas, de médios e grandes formatos, em acrílico, colagem ou técnica mista.

Aluna de Aluízio Carvão no MAM e no Parque Lage, e influenciada também pela intensa liberdade de criar ensinada pela profa. Astréia El-Jaick, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Déa Junqueira integrou diversas mostras individuais e coletivas.

Rio de Janeiro - 2005


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©Alexandros Papadopoulos Evremidis = escritor crítico > Email
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