"PINTURAS E ESCULTURAS", de Darlan Rosa.
Sonhos de Criança!

©Alexandros Papadopoulos Evremidis*

As pinturas de Darlan são absolutamente oníricas. E não só porque uma bruma azul as permeia e envolve, fazendo-as flutuarem, mas também por retratarem cidades, ruas, igrejas, campanários, tudo visto pela invejável ótica do sonho e da fantasia, algo que perdemos, que não mais existe. E entretanto está ali a desafiar nossa sensibilidade. Porque Darlan o resgatou das profundezas de sua memória afetiva e aqui o evoca para recriar e transfigurar o real desaparecido.

Já suas esculturas esféricas e esferóides nos remetem a bolas de futebol que é o mais óbvio no país do futebol. Mas Darlan, não pensa em facilitar, desvia-se do óbvio e vai buscar em tempos imemoriais imagens e objetos para sempre impressos em nossas retinas e que agora surrealisticamente dimensionados nos surpreendem e comovem. O vidro da bola de gude, que qual prisma decompõe o espectro, transformou-se em aço mas sem perder o brilho refletido no olhar dos meninos a seu redor aglutinados, fascinados e magnetizados. Se as pinturas de Darlan Rosa insinuam o mítico sonho e com ele nos seduzem, as esculturas planetárias nos conduzem ao terreiro lúdico. Que é o que mundo podia e devia ser.

"A busca da simplicidade e do essencial orienta o meu trabalho. Busco na infância o meu material de pesquisa. Lembranças, sensações e emoções dos primeiros anos. A linha é fio que conduz estes fragmentos para o mundo real.

As séries cidades são inspiradas na minha cidade natal - Coromandel - MG. Mais importante que o resultado estético, é o diálogo com a cor e a luz que estes trabalhos possibilitam. As superposições de cores e de elementos, são utilizados para criarem a sensação de luminosidade transparência e profundidade.

Os "Esferóides" surgem a partir de uma série de estudos feitos com a bola de gude, e que agora transcendem e remetem a planetas imaginários. Nas esculturas menores, os desenhos são agrupados em torno da esfera, na busca da transparência na escultura. Nas peças maiores o trabalho é feito, tendo como referência a geodésica e a possibilidade de desmontar e remontar o objeto, agregando-se assim a facilidade de transporte e armazenamento."

Quem ainda não perdeu as esperanças, pode ver e sonhar aquilo que não devia ter deixado de ser - uma criança. De quebra, fará uma "viagem" no tempo e no espaço.

Rio de Janeiro 2001.

©Alexandros Papadopoulos Evremidis > escritor crítico > E-mail


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