| POEMATEMAGIA" by Cairo de Assis Trindade |
A liberdade do poema : pôr tema e matema com magia!

©Alexandros Papadopoulos Evremidis*

Falar do poeta Kayrus é tarefa prazerosa e, daí, fácil. Tão fácil quanto sua própria poesia o é e que fala direto aos sentidos e particularmente aos olhos, à mente e ao corpo - à consciência! Não há subterfúgios, não há hermetismo, não há mensagens ocultas, nem mistificações e malabarismos filológicos. Há verdade e vontade de se comunicar, de interagir mesmo e intimamente! com o leitor, com o fim último de comunhão. É uma poesia lúcida, lúdica e inteligível.

Definir a poesia de Kairus, catalogá-la e enquadrá-la nesta ou naquela vertente ou corrente poética seria nonsense inócuo e mais, estupidez! Seria estratificar, castrar e aprisionar um ser mutante como a própria natureza. Kayrus não é isto ou aquilo, assim ou assado. Ele é isto e aquilo, assim e assado, e mais aquele outro e outra, é inesperado e surpreendente. É, sim, romântico e simbolista, concreto e pós-moderno, poeta visual, dark e clássico quando quer. Criativo ao estilo do "pluribus in unum" e vice-versa e vide (literalmente) o verso - livre e solto e sensual e erótico e social e político já que não hesita em denunciar a injustiça e a opressão, a exploração do igual pelo igual. E nesse sentido ele é inteiramente trangressor e contestatário - revolucionário mesmo! Na vida como na poesia, transita por todos os gêneros com a mesma desenvoltura, cria elos e pontes, acasala os poetas e com eles comunga.

Também não faz sentido contar sílabas para contabilizar eventuais escorregões métricos, pois, se e quando os há, são intencionais, posto ser ele iconoclasta e inventor de novas e inusitadas métricas. Sua matemática se transubstancia em matemágica "portugoza" para tomar emprestados os neologismos espirituosos, dele e do confrade Carlito Azevedo. Sua poesia é toda ela permeada de melodia, de harmonia, ritmo e cadência. Há muita dinâmica, agilidade e movimento - e não se restringe às ancas! transcende e se resolve em vitalidade e vigor - pujança!

Embora universal e ecumênico, há em Kayrus temas como o trato do feminino em que ele se supera e se torna mestre de si mesmo. A delicadeza, o eros e o pothos, as carícias e as delícias do amor, os sussurros, os gemidos, os suspiros são vigas-mestras que sustentam a aesthesis, ora apolínea ora dionisíaca - sempre divina. Se se disser que sua poesia pinga esperma seria perder o todo pela parte - a arte maior da generosidade, da doação, da concepção ecológica e naturalista do poeta. Na verdade, embora palavras como esperma e sêmen sejam recorrentes em Kayrus, elas tomam a feição do gérmen que germina no cálido e no úmido, no receptivo e fértil terreno da mulher-mulher, mulher-mãe, mulher-amante, mulher-natureza. Fonte geratriz - mãe e filha de toda beleza.

Rio de Janeiro 2001

©Alexandros Papadopoulos Evremidis > escritor crítico > Email


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