| Bruce Nauman |

Referência inquestionável da arte contemporânea internacional, Bruce Nauman, nascido em 6 de dezembro de 1941, em Fort Wayne, Indiana, EUA, assina uma obra seminal em filme e vídeo desde meados da década de 60.

O conjunto desta mostra que o CCBB Rio apresenta ao público brasileiro - 19 trabalhos, entre os quais quatro video|filmes-instalações - procura representar a obra de Nauman tanto em sua variedade como em sua ambição. Eles foram selecionados com o objetivo de trazer um entendimento abrangente da produção do artista em filme e vídeo e evidenciar as relações entre alguns dos seus primeiros trabalhos nessas mídias e os produzidos mais recentemente.

A seleção de trabalhos de "CIRCUITO FECHADO: Filmes e Vídeos de BRUCE NAUMAN, 1967-2001" foi feita por Nessia Leonzini e Lilian Tone, curadoras independentes.

Emprestam obras para a exposição o Electronic Arts Intermix [NY], Guggenheim Museum [NY], Galeria Sperone Westwater [NY], Galeria Donald Young [Chicago], The Art Institute of Chicago, Fundação de Serralves [Porto, Portugal] e Parkett Verlag [Zurique].

Sobre o artista:
Na Universidade de Wisconsin, em Madison, cursou Matemática e Física, antes de estudar Artes. Por pouco tempo, foi baixista de jazz. Depois de desistir da pintura, dedicou-se à escultura e à arte da performance na Universidade da Califórnia, onde completou seu mestrado em Belas Artes em 1966, ano em que iniciou suas experiências com filmes. Ele é membro da Academia Americana de Artes e Ciências de Cambridge, Massachussets, e membro da Academia Americana de Artes e Letras de Nova York. Em 2000, recebeu o título de Doutor Honorário das Artes pelo California Institute of the Arts, Valencia, Califórnia.

Entre inúmeros prêmios ao longo de sua carreira, Nauman ganhou o Leão de Ouro na Bienal de Veneza de 1999. Este ano, está novamente nesta Bienal, no pavilhão da Itália.

Participou de cinco edições do mais importante evento de artes plásticas do mundo, a Documenta de Kassel, em 1968, 1972, 1977, 1982 e 1992. Expôs na Bienal do Whitney Museum de Nova York em 1984, 1991 e 1997. Em 1998, Nauman mostrou seu trabalho na Bienal Internacional de São Paulo.

O Walker Art Center, Minneapolis, e o Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, Washington, D.C [EUA] organizaram uma grande retrospectiva de sua obra que, de 1993 a 1995, itinerou pelo Centro de Arte Reina Sofía, Madri; Museu de Arte Moderna de Nova York; Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles, e Kunsthaus, Zurique. Bruce Nauman vive e trabalha em Galisteo, Novo México [EUA], com sua mulher, a pintora Susan Rothenberg.

Produção:
Nos anos 60 e 70, os trabalhos conceituais documentam performances em seu estúdio, caracterizadas por movimentos repetitivos e protagonizadas pelo próprio artista. São ações em que emprega seu corpo em dimensão escultórica, em várias posições em relação à arquitetura do seu estúdio. Nauman explora instantaneidade, espaço e intimidade. Entre as obras escolhidas para o Brasil que exemplificam o conceito do período estão Dança ou Exercício sobre o Perímetro de um Quadrado [Quadrilha], Batendo bola, Batendo no Canto nº1 e nº2, Puxando a Boca.

Nas décadas subseqüentes, ele continua a explorar situações limítrofes para ele próprio e para o espectador. Segundo Nauman, "cada um é forçado a tomar consciência de si próprio e da situação que o envolve. Muitas vezes, mesmo sem saber que experiências estamos confrontando e/ou o que estamos vivenciando. Tudo que se sabe é que estamos sendo levados a lugares que não nos são familiares e que isso provoca medo." (Nauman, 1985|86). Tais situações são ilustradas na mostra pelos trabalhos Obra de Vídeo para Vigilância e Corredor de Vídeo Gravado ao Vivo.

A partir dos anos 80, permanece o vocabulário da repetição, mas a performance já não conta necessariamente com o artista como performer, nem o aspecto espontâneo dos vídeos anteriores, porém com atores, que seguem um script. Surgem temas focalizados em aspectos da condição humana, como sexo, violência e noções de normalidade e, mais recentemente, o artista retorna a questões já propostas em seus trabalhos dos anos 60, como o desenrolar de uma atividade e o vazio do estúdio. No CCBB Rio, o público poderá ver, desta fase, Incidente Violento: Segmento Homem-Mulher, Tortura do Palhaço, VERSÃO ESCRITÓRIO I [Sem Chance John Cage] Mapeando o Estúdio.

Segundo a curadoria, "O trabalho de Nauman propõe constantemente perguntas sobre a natureza da arte, sobre sua dimensão enquanto linguagem e o caráter cognitivo da experiência artística". Pode-se dizer que, por sua abordagem multimídia, Nauman mudou a maneira de se fazer arte. As curadoras Nessia Leonzini e Lilian Tone afirmam que "Nenhum outro artista americano exerceu tamanho impacto sobre gerações de artistas internacionais nas últimas décadas: de Cindy Sherman a Matthew Barney, passando, entre outros, por Kiki Smith, Rachel Whiteread, Tony Oursler, Mona Hatoum, Paul McCarthy. Artistas contemporâneos viram na obra de Nauman uma licença de experimentação e risco em seu trabalho. No Brasil, a produção de Nauman traz paralelos interessantes com artistas como Hélio Oiticica, Tunga, Nuno Ramos e Adriana Varejão".

Questões levantadas por Nauman, como os limites ambíguos entre o público e o privado, o modo em que um projeto político pode se dar a partir de um desenvolvimento solitário, a aproximação subjetiva ao minimalismo, por mecanismos de repetição e pela reiteração do limite perceptual e arquitetônico, tiveram grande ressonância, particularmente entre artistas mais jovens, que emergiram a partir dos anos 90. A influência de Bruce Nauman se dá especialmente através de uma abordagem interdisciplinar no território da prática conceitual, que não faz distinção entre diferentes técnicas e linguagens, mas privilegia o processo e a idéia.


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