"A DIVINA PARÓDIA", de Álvaro Cardoso Gomes / Editora Globo
"Um Dante Hilário..."A DIVINA PARÓDIA de Álvaro Cardoso Gomes subverte, pelo riso, conceitos básicos da civilização ocidental. A Divina Comédia, de Dante, livro fundador do pensamento medieval e moderno, serve como o eixo de sua trama anárquica. Na obra, o anti-herói Diogo Cão deixa-se conduzir pelo diabo Astarot a uma peregrinação alucinante por clichês e ícones culturais, até chegar à contemplação - decepcionante - de Deus. A dialética entre o bem e o mal, a culpa e o castigo, é glosada humoristicamente por intermédio dos personagens ambíguos e polimórficos de A Divina Paródia. O resultado é um hilariante painel de um mundo de ponta-cabeça, onde a sátira e o insólito se unem para criticar as normas sociais.
Álvaro Cardoso Gomes mistura céu, inferno e purgatório, renovando enredos, personagens e estilos, traçando uma bela síntese da desesperança humana. Para Alzira Lobo de Arruda Campos, a obra é parodial às últimas conseqüências, seguindo uma estrutura non sense, que remete ao Teatro do Absurdo, de Ionesco. E segundo José Antônio de Cruzado Seixas, professor da Université de Aix-la-Provence, "A Divina Paródia" tem tudo para agradar o leitor. A aventura contínua, o imagismo delirante, os tipos humanos (e quase humano) estranhos...a atualíssima crítica aos modos de (de)formação do ser humano, que começam com o reducionismo/fundamentalismo religioso e confinam nas filosofias de araque, aparentadas às fórmulas fáceis da auto-ajuda."
Rio de Janeiro 2002
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